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Instituto Butantan quer desenvolver anticorpos contra coronavírus em laboratório

Projeto segue princípio da transfusão de plasma, mas pesquisadores querem descobrir qual é exatamente o anticorpo para cloná-lo em larga escala, sem depender de doações.
16/04/2020 G1

O Governo do estado de São Paulo divulgou ontem, quarta-feira (15) que pesquisadores do Instituto Butantan trabalham no desenvolvimento de anticorpos em laboratório para combater o coronavírus.

O projeto segue um princípio parecido com o da transferência de imunidade por meio da transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas da Covid-19, naturalmente rico em anticorpos contra a doença, que também está sendo desenvolvida no Brasil.

O problema da técnica é que ela depende de constantes doações. O que os pesquisadores do Butantan propõem é recrutamento de voluntários em recuperação da Covid-19 e identificar nos linfócitos do sangue coletado os anticorpos.

Em seguida, será analisada a reação de cada anticorpo diante do vírus para identificar exatamente quais deles conseguem reconhecer e neutralizar o vírus. Os anticorpos que apresentarem maior eficiência serão estados em animais e as moléculas mais promissoras poderão ser clonadas e produzidas em larga escala para o tratamento.

Método já testado

O método sugerido pelo Instituto Butantan é baseado em outro estudo, que está em fase avançada, para obtenção de anticorpos para o tratamento de Zika e Tétano.

Na busca pelo anticorpo contra o vírus da Zika, os pesquisadores identificaram apenas um que tinha capacidade neutralizante, e quando foi testado em animais, não deu conta de suprimir o vírus. Foi, então, agregado um segundo anticorpo, que, em conjunto com o ele, mostrou-se efetivo. No caso do tétano, três anticorpos foram selecionados para a terapia contra a toxina causadora da doença.

De acordo com o governo de São Paulo existem mais de 70 remédios à base de anticorpos usados no mundo, sendo maior parte para o tratamento do câncer e doenças autoimunes, e outros para combate ao vírus ebola.

Outros estudos

Em São Paulo, os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês e da Universidade de São Paulo receberam autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para fazer testes clínicos com plasma de pacientes que já se recuperaram do coronavírus em doentes em estado grave.

A Fundação Pró-Sangue e o Hospital das Clínicas de São Paulo receberam inscrição de 90 voluntários doadores para o estudo clínico dos efeitos do plasma de pessoas curadas do coronavírus em pacientes ainda doentes.

Outro tipo de tratamento testado é com hidroxicloroquina e cloroquina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso da cloroquina combinado com o antibiótico azitromicina é uma das quatro combinações de medicamentos que estão em fase de testes em 74 países e cujos resultados são monitorados pela organização.

Não há resultados conclusivos para as pesquisas e existem alertas sobre o risco de complicações causadas pela toxicidade da droga. A agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os enquadrou como medicamentos de controle especial, ou seja, só podem ser entregues mediante receita branca especial em duas vias.

O hospitais municipais de São Paulo já começaram a utilizar a cloroquina no tratamento de pacientes.

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