Política


Prefeito entrega defesa do processo de impeachment à Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Nelson Marchezan Filho rejeitou renunciar e afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que pedido é político. 'O desejo é desgastar a minha imagem', disse. Ministros estão entre testemunhas citadas pela defesa.
25/08/2020 G1

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, entregou, na tarde desta segunda-feira (24), sua defesa no processo de impeachment, à Câmara de Vereadores. Em entrevista coletiva a jornalistas pelas redes sociais, ele sustentou que não cometeu nenhuma ilegalidade e afirmou que a ação tem caráter político.

"A tentativa de alguns é que a eleição se resolva agora. O desejo é desgastar a minha imagem", disse o prefeito, rejeitando a hipótese de renunciar antes do período eleitoral. "Seis pedidos de impeachment, todos eles sem fundamento, todos por pessoas filiadas a partidos, candidatos a algum cargo, todos articulados", reclamou.

Em um documento de 41 páginas, a defesa de Marchezan contesta os motivos alegados pelos vereadores para acatarem o pedido de impedimento. Segundo ele, o uso de verba do Fundo Municipal da Saúde para campanhas publicitárias "não aponta nenhuma ilicitude", o conteúdo delas era adequado e não houve irregularidade na contratação das agências.

"Não estou envergonhando o sobrenome que carrego, nem os amigos, os familiares e meus eleitores, não só deste, mas de todos os mandatos. Eu não os traí. Tenham certeza disso. Minha consciência está tranquila", afirma Marchezan.

Ministros são citados como testemunhas

A Comissão Processante, composta pelos vereadores Hamilton Sossmeier (PTB, presidente), Alvoni Medina (Republicanos, relator) e Ramiro Rosário (PSDB), tem cinco dias para analisar o conteúdo e emitir seu parecer. O processo pode ser arquivado ou seguir para o julgamento no Plenário.

Marchezan convocou 10 pessoas para serem ouvidas, entre elas o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o secretário de Comunicação do governo federal, Fábio Wajngarten, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o ex-secretário do Ministério da Saúde e secretário-executivo do governo de São Paulo, João Gabbardo dos Reis, e o senador Luiz Carlos Heinze, além do ex-prefeito da Capital, José Fortunatti.

"Estou chamando pessoas que têm uma reputação, que são reconhecidas pelo cargo, pelo conhecimento técnico ou pela história pública. Não me parece inadequado", pontua.

Para que o impeachment seja aprovado, é preciso do voto de, no mínimo, dois terços dos vereadores (24 ou mais) da Casa.

"Tem até 90 dias pra concluir o processo. Como é um processo linear, se não houver outras questões, pode fechar em 45 dias. Esta é a previsão", estima o presidente da comissão, vereador Hamilton Sossmeier (PTB).

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