Rafael José Faccio e Emanuele Alecsandra Beck viram um momento especial, o nascimento de um bebê, ser tomado por angústia e apreensão, em razão da pandemia de coronavírus. Esperando o primeiro filho, os dois testaram positivo para a doença.

Logo depois do parto, o casal de Getúlio Vargas no Norte do RS, teve que ir para casa sem conseguir pegar o filho no colo. Foram 13 dias recebendo apenas fotos e vídeos do bebê, enviados pela equipe do hospital.

Com 33 semanas de gestação, a bolsa de Emanuele estourou e o parto de Enzo teve que ser realizado às pressas no Hospital São Vicente de Paulo, a 50 km de onde a família mora.

O bebê precisou ficar em isolamento na UTI Neonatal e tinha cinco dias quando também recebeu o diagnóstico positivo para a doença.

"Buscamos fazer com que os pais sentissem a presença do filho através de fotos, vídeos, contato telefônico, para amenizar a saudade e ausência física provocada pelo isolamento necessário", explica a psicóloga do hospital, Débora Marchetti.

Para os pais, o sentimento de levar o filho para casa, supera tudo. "É maravilhoso sentir esse sentimento de poder ir pra casa com ele bem, de tudo que a gente enfrentou: 13 dias sem conhecer ele, depois de ir pra casa", diz a mãe Emanuele.

"A gente sabia que ele ia ter que passar esses dias assim longe. Cada dia era mais difícil, a gente ficava imaginando, sonhando com esses dia, com a saída", conta o pai Rafael, com o filho nos braços.