Agronegócio


Visão e expectativa de consumidores de grãos no Estado é tema do 5º webinar do Pró-Milho/RS

O evento oi transmitido simultaneamente pelo You Tube do Rio Grande Rural e pelo Facebook da Emater/RS-Ascar
02/09/2020 AgroLink

Cerca de 400 pessoas, entre produtores rurais e representantes de órgãos públicos, setores produtivo e industrial, instituições de pesquisa e assistência técnica participaram, nesta quarta-feira (2), do 5º Seminário do Pró-Milho/RS, que debateu virtualmente o tema “Visão e expectativa de consumidores de grãos no Rio Grande do Sul”. O evento é uma parceira entre a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e a Emater/RS-Ascar e foi transmitido simultaneamente pelo You Tube do Rio Grande Rural e pelo Facebook da Emater/RS-Ascar.

Na abertura, o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, reforçou a importância do Pró-Milho, ainda mais diante da estiagem, pandemia. “É um brilhante trabalho feito a muitas mãos, levado a campo por um grande e qualificado grupo de parceiros”. Já o secretário Covatti Filho reiterou a prioridade de continuar trabalhando em 2021para fortalecer a cadeia produtiva do milho no Estado. “Nosso objetivo é não atrapalhar aqueles que querem produzir. Por isso, precisamos de políticas públicas fortes, como é o Pró-Milho”, afirmou.

Por sua vez, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas no Estado do RS (Sipargs), José Eduardo dos Santos, disse que a avicultura do Rio Grande do Sul não pode mais sofrer impactos do deficit de milho. “O setor se desenvolve com planejamento, e esta situação de falta de produção gera muitos entraves, além de perda de competitividade”.

Também o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa do Saneamento Animal (Fundesa) e diretor executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do RS (Sips), Rogério Kerber, reafirmou a importância da produção do milho para a produção de suínos no RS. “A cultura do milho é de extrema importância para o agronegócio. Ela dá base de sustentação a outras cadeias produtivas do Estado”.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que a entidade tem entendido e conversado com o Mapa, fazendo um pedido, sem nenhum prejuízo ao produtor, de isenção temporária de tarifa de importação, talvez da Ucrânia e Estados Unidos, porque aqui no Mercosul já são desoneradas, tentando buscar com o governo algumas soluções para produção. “Para que a gente possa ficar com esse milho aqui e transformá-lo em proteína animal e assim criar mais emprego, gerar renda e assim por diante, fortalecendo essa cadeia”.

O presidente da Cooperativa Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, ressaltou a satisfação em ver que o Estado assumiu o desafio de aumentar a produção do milho. “Esse programa é uma reivindicação das agroindústrias dos suínos e dos frangos há vários anos, que são as duas principais cadeias consumidoras de milho, além da cadeia leiteira, que também consome, embora em menor quantidade”.

Para Freitas, a questão sempre foi um problema sério no RS, que não produz milho suficiente para abastecer o consumo, o que gera perda de competitividade em relação a agroindústrias de outras do Centro-Oeste e Paraná. “Gastamos muito com frete, importando milho do Paraná, Mato Grosso e agora também do Paraguai”. Então os desafios desse programa são grandes pela dificuldade de motivar os produtores de grãos a trocar a soja pelo milho no intuito de deixar o Estado autossuficiente. “Da nossa parte, como cooperativa sediada no RS, vamos dar o máximo apoio ao programa no sentido de fazer com que ele cresça e atinja os resultados esperados”.

Segundo o diretor de suprimentos de Commodities da JBS/Seara Alimentos, Arene Trevisan, acabou o ciclo onde grandes safras significavam milho em abundância no Brasil. “As novas interferências na comercialização, com a entrada das tradings, indústria do etanol de milho, corredor norte, além de hidrovias, ferrovias e portos mais eficientes, são peças para a construção de um novo entendimento para assegurar o abastecimento no Brasil”.

Palestras

O diretor de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti, contou que, de 2019 até maio de 2020, o Estado deixou de arrecadar R$ 260 milhões em ICMS por não produzir milho suficiente. “Diante desse fato e também da preocupação em não haver o estrangulamento de um setor tão importante, responsável por 10% do PIB estadual, entre outros motivos, foi criado o Programa Pró-Milho, que tem o objetivo de tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente em milho, na relação produção/consumo”.

Na palestra “O Milho e o Desenvolvimento do Setor Agropecuário”, a superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helena Pan Rugeri, afirmou que sempre foi uma preocupação o aumento da produção da cultura no Estado. Ainda ressaltou esse ano atípico onde uma estiagem deixou muitas marcas na produção, uma geada que ainda não teve mensuradas as consequências, e uma pandemia que altera todas as rotinas de trabalho. “Apesar de tudo isso, a agricultura brasileira e gaúcha está num momento favorável, com notícias da elevação do preço e possibilidade de comercialização de safra futura, tudo isso também pode, apesar de tudo, favorecer nosso produtor”.

No restante da fala, Helena deu enfoque na sanidade e qualidade do milho para os fins a que se destina, tanto para alimentação humana com vários produtos, como para a alimentação animal, tema desse webinar, “porque o milho é o principal alimento para a produção animal, principalmente, aves e suínos, setores importantíssimos para o Rio Grande do Sul. Por isso a necessidade de políticas públicas para ampliação da produção em busca de autossuficiência no Estado”.

Por sua vez, o sócio-diretor de Consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, falou sobre o “Cenário para o Milho e Proteínas Animais para 2021”.  Ele abordou as tendências para o mercado global de milho, no Brasil e no Rio Grande do Sul, e os impactos dos preços sobre os custos de produção das carnes, especialmente frango e suína. E sugeriu: “uma alternativa para expandir a produção de milho no Rio Grande do Sul, viável e que não conflita com a expansão acelerada das áreas de soja em todo o Estado, é fomentar o uso de irrigação por aspersão na Metade Norte do Estado e a inclusão do milho na rotação com soja e arroz na Metade Sul”.

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