Como age a empresa alvo de operação da PF no RS nesta terça-feira
Operação da Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal e da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta terça-feira (21) no Rio Grande do Sul e em outros dois Estados, mira uma empresa suspeita de movimentar dinheiro — sem autorização do Banco Central — em suposto esquema de pirâmide financeira. A Indeal, com sede em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estaria oferecendo aos interessados retorno de, pelo menos, 15% no primeiro mês de aplicação.
O procurador da República Celso Tres afirma que a empresa citava o suposto investimento em criptomoedas às vítimas como o serviço a ser operado com os valores depositados. No entanto, o dinheiro seria aplicado em outros investimentos e na compra de bens.
A Indeal teria movimentado pelo menos R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro deste ano. Segundo Tres, essa quantia pode aumentar após análise do material colhido na operação desta terça-feira.
Como funcionaria o esquema
1. Isca
Representantes da empresa contatam as vítimas para participar de uma reunião, onde o negócio será apresentado.
2. Encontro
Na reunião, pessoas que participam do negócio relatam lucros e vantagens do esquema na tentativa de convencer as vítimas.
3. Parâmetros do acordo
Pelo menos 15% de lucro ao mês, em cima do valor investido no negócio, seria oferecido. Outros 5% poderiam ser incluídos em caso da indicação de mais pessoas para investir. Outros 2% ou 3% poderiam ser acrescentados nesse montante caso o investidor também atuasse como captador no esquema e agenciando as transações com o dinheiro das vítimas.
4. Pagamento
O investidor assina um contrato — reconhecido em cartório — e faz o depósito em conta bancária. A empresa alega que o valor é investido em criptomoedas. o trâmite no cartório seria usado para dar ares de credibilidade ao esquema.
5. Uso do dinheiro
Dinheiro é sacado e utilizado em negócios como previdência privada e na compra imóveis, veículos e artigos de luxo.