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Quarta fase de pesquisa mostra maior número de infecções por Covid entre crianças e idosos no Brasil

Levantamento da UFPel verificou queda na proporção de pessoas com anticorpos no país. Entretanto, diminuição foi menor entre os dois grupos e reitor diz que dado é reflexo da diminuição do distanciamento social.
16/09/2020 G1

A quarta fase do estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) revelou uma mudança no padrão etário dos infectados pela Covid-19 entre junho e agosto no Brasil. O total de pessoas com anticorpos para o vírus caiu em praticamente todas as faixas etárias, sobretudo entre os adultos, mas a queda foi menor entre as crianças e os idosos, apontando um panorama diferente do observado no início da pandemia. O resultado do estudo foi divulgado nesta terça-feira (15).

Para o coordenador-geral da pesquisa e reitor da Ufpel, Pedro Hallal, as altas prevalências em crianças brasileiras difere do que tem sido relatado em outras regiões do mundo, como a Europa e a China. E o aumento no número de infecções seria provocado pela diminuição do distanciamento social.

"No começo da pandemia eram os adultos que saíam de casa, então os adultos se infectaram muito mais. Agora, neste momento, os idosos e as crianças acabam também, devido ao cansaço do distanciamento social, se expondo mais. O que nosso estudo mostra é que eles se infectam, infelizmente. A gente sabe que, no caso dos idosos, as infecções tendem a ser mais graves do que nos outros grupos etários", explica.

Estudo feito com vírus similares ao Sars-Cov-2 sugere que imunidade adquirida é de curta duração

Na comparação entre a segunda fase da pesquisa, feita em junho, a prevalência entre crianças na faixa etária de até quatro anos representava 2,2% dos infectados. Dois meses depois, esse número subiu para 2,4%.

Entre as pessoas com 40 e 49 anos, que representavam 3,7% dos infectados na pesquisa feita em junho, passaram para 1,6% em agosto.

Os idosos, com mais de 80 anos, tiveram uma queda pequena, de 2,3% para 2,2% dos contaminados.

O coordenador da pesquisa observou o risco do retorno às aulas, neste momento, devido à exposição das crianças, já esse grupo pode ter mais chances de ser contaminado pelo vírus.

"Me parece um pouco precipitada a volta às aulas nesse momento. Outros países esperaram, pelo menos, três a quatro semanas de queda para então retomar as atividades escolares. O Brasil recém está na primeira, segunda semana de queda consistente nos números. Eu esperaria um pouquinho mais, até o final de setembro para, a partir de outubro, pensar na retomada das atividades escolares", disse Hallal.

Resultados gerais da pesquisa

Diminuiu a proporção da população que apresenta anticorpos, o que confirma a desaceleração da epidemia na maior parte do país. Os anticorpos detectáveis pelo teste duram apenas algumas semanas.

A interiorização da pandemia no Brasil foi confirmada.

Houve uma mudança no padrão etário dos infectados entre junho e agosto. O número de infectados caiu entre adultos, que inicialmente eram mais afetados, e cresceu entre crianças e idosos.

Maior chance de infecção nos pretos e pardos, modelo já identificado nas fases anteriores. Com a redução da pandemia na Região Norte, a prevalência entre indígenas caiu bastante.

Pessoas com famílias entre as 20% mais pobres da população, em todas as fases do estudo, apresentam o dobro de risco de infecção na comparação entre os 20% mais ricos.

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