Governo de São Paulo garante que morte de voluntário da CoronaVac não tem relação com a vacina
O governo de São Paulo afirmou, nesta terça-feira (10), que o evento adverso grave em um voluntário da CoronaVac não tem relação com a vacina. “Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
A declaração foi dada durante coletiva de imprensa após o governo paulista se reunir virtualmente com representantes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratar sobre a suspensão dos testes.
O efeito adverso em questão é a morte de um voluntário de 33 anos, morador de São Paulo, no mês passado. Na segunda-feira (10), a agência disse que a interrupção dos testes foi determinada por causa de um “evento adverso grave”, mas não deu detalhes sobre a causa específica da suspensão.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, defendeu que a medida, além de desnecessária, poderia ter sido resolvida internamente. Ele também afirmou que a Anvisa foi notificada pelo instituto do evento adverso no dia 6 de outubro.
“Não haveria a necessidade desse tipo de medida”, disse Covas. Ele ainda afirmou ser “impossível” relacionar o caso ao imunizante. “Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado à vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso, e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, prosseguiu.
Dimas Covas disse ainda que o governo paulista reenviou todos os esclarecimentos à Anvisa e aguarda a liberação dos testes o mais rápido possível. “Ela agora está apta a tomar a decisão de retomar o estudo o mais rápido possível”, afirmou o diretor. A expectativa do diretor é de que, após os esclarecimentos, a Anvisa retome os estudos ainda nesta semana, possivelmente nesta quarta-feira (11).
A Anvisa informou que foi notificada do “evento” em 29 de outubro. Mais de dez dias depois, determinou que nenhum novo voluntário poderá ser vacinado até que a agência possa avaliar os dados e “julgar o risco/benefício da continuidade do estudo”.