Prévia da inflação brasileira fecha o ano com o maior índice desde 2016
Pressionado mais uma vez pelos preços dos alimentos, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que é considerado uma prévia da inflação oficial do País, ficou em 1,06% em dezembro, após ter registrado avanço de 0,81% em novembro, informou nesta terça-feira (22) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o resultado, o índice fechou o ano de 2020 com aumento de 4,23%, acima da meta central do governo para o IPCA em 2020, que é de 4%. Trata-se da maior taxa anual de inflação desde 2016 (6,58%). Em 2019, o acumulado do IPCA-15 foi de 3,91%.
A variação de 1,06% registrada em dezembro foi o maior índice mensal desde junho de 2018 (1,11%). Em dezembro de 2019, o IPCA-15 foi de 1,05%. Apesar da aceleração, o resultado veio um pouco abaixo do esperado. A expectativa era de uma alta de 1,14%, segundo a mediana das estimativas de 26 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data. As projeções variavam de aumento de 0,98% a 1,30%.
Alimentos acumulam alta de 14,36% no ano
Segundo o IBGE, a maior alta em dezembro foi mais uma vez registrada pelo grupo alimentação e bebidas (2%), que respondeu por um impacto de 0,42 ponto percentual no índice geral. No acumulado no ano, a inflação dos alimentos foi de 14,36% – mais de o triplo do índice geral.
Entre os itens que mais subiram no mês, destaque para batata-inglesa (17,96%), óleo de soja (7%), carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%). Entre as quedas, ficaram mais baratos o tomate (-4,68%), o alho (-2,49%) e o leite longa vida (-0,74%). Em dezembro, apenas o grupo vestuário apresentou deflação (-0,44%).
Energia elétrica e combustíveis mais caros
A segunda maior alta em dezembro veio do grupo habitação (1,50%), que contribuiu com 0,23 p.p. no índice do mês. A principal influência foi o aumento do item energia elétrica (4,08%), puxado pela volta da bandeira vermelha patamar 2 (com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos) após 10 meses consecutivos de bandeira verde, em que não há cobrança extra.
Os transportes (1,43%) apresentaram o segundo maior impacto no índice de dezembro (0,29 p.p.). A maior contribuição (0,14 p.p.) veio das passagens aéreas (28,31%). Além disso, os combustíveis (2,40%) registraram aumento frente a novembro, com destaque para a gasolina (2,19%) e o etanol (4,08%).