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Jovem que matou a mãe e fingiu luto vivia vida de luxo e queria herança, diz MP

Todas as testemunhas ouvidas pelas autoridades relataram que o suspeito, procurado pela polícia, mudou o comportamento após querer cursar medicina, que passou a viver vida luxuosa e a pressionar mãe para fazer suas vontades e vender ou alugar a casa
09/06/2021 G1

Após a conclusão do inquérito policial que investigou a morte de Márcia Lanzane, de 44 anos, o Ministério Público apontou que o filho dela teria cometido o crime devido ao interesse na herança. Bruno Eustáquio Vieira, de 23 anos, é suspeito de ter matado a mãe em dezembro de 2020.

Testemunhas ouvidas pela polícia apontaram que o jovem estava vivendo uma vida luxuosa, conflitante com sua realidade, e que pressionava a mãe para bancá-lo e vender ou alugar a casa em que viviam. A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito, que é procurado pelas autoridades policiais. A defesa nega a acusação.

O G1 teve acesso, nesta quarta-feira (9), ao inquérito policial da investigação da morte de Márcia, em dezembro de 2020 em Guarujá, no litoral de São Paulo. Conforme aponta o documento, oito pessoas, entre amigos e familiares de Bruno e da mãe, foram ouvidos pelas autoridades. Todos alegaram em seus depoimentos que filho e mãe discutiam com frequência, devido ao jeito do jovem, que exigia tudo da forma como queria.

Mudança de comportamento

As testemunhas ainda relataram que o investigado mudou o comportamento depois que começou a ter interesse em cursar medicina, já que passou a andar com pessoas de maior poder aquisitivo e começou a gastar muito dinheiro e sair com frequência.

Segundo os depoimentos, Bruno passava as noites fora, em restaurantes e boates, frequentava locais de luxo em Guarujá com o pessoal da faculdade e vivia um padrão de vida que conflitava com a vida que ele levava com a mãe.

Ele também chegou a alegar que queria mudar de residência, já que tinha vergonha da localidade onde morava e queria levar os amigos em casa. Por esse motivo, familiares e amigos relataram à polícia que ele pressionava a mãe para vender ou alugar a casa e mudar de bairro.

Ainda segundo os depoimentos, devido à pressão que fazia na mãe, ela havia comprado uma moto para ele fazia pouco tempo.

Familiares ainda afirmaram que, logo após a morte de Márcia, o filho dormiu com amigas da faculdade na residência e, em uma oportunidade em que uma tia o questionou porque estaria encostado no rack da casa, já que a mãe não gostava da atitude, ele teria respondido que agora "ele que mandava ali".

Segundo os relatos, Bruno tinha outro comportamento com as pessoas, sendo um bom rapaz, mas com Márcia não tinha paciência e era bruto.

A Polícia Civil concluiu que Bruno cometeu o crime por motivo torpe. Além das alegações das pessoas ouvidas pela polícia, as autoridades também obtiveram imagens de câmeras de monitoramento que mostraram o suspeito apertando o pescoço da mãe e a agredindo.

Apesar de o filho ter afirmado , em sua primeira versão à polícia, ter encontrado a mãe morta e, em segundo depoimento, ter falado em morte acidental, o laudo da perícia apontou morte por asfixia mecânica.

Na época da morte de Márcia, o suspeito chegou a lamentar a morte da mãe nas redes sociais. "Te amarei para sempre! Obrigado por tudo meu amor. Luto Eterno Rainha", diz a publicação.

Após a conclusão do inquérito, que indiciou Bruno por homicídio doloso, quando há intenção de matar, o Ministério Público apontou que o rapaz teria matado a mãe devido ao interesse na herança dela.

"Insatisfeito em não ver seus anseios materiais atendidos, o denunciado decidiu matar a vítima com o objetivo de ter para si todo o patrimônio da genitora em herança, além da obtenção de valores de eventuais seguros", apontou o MP, após investigação da Polícia Civil.

Ainda segundo o órgão, o denunciado não tinha a intenção de trabalhar e exigia da mãe bens materiais e dinheiro para seus gastos com o lazer.

"Não bastasse isso, o denunciado ainda queria determinar à genitora que alugasse ou vendesse o imóvel da família, situado em zona de baixa renda da cidade, e alugasse outro em região nobre, para que pudesse receber os amigos sem se sentir humilhado, conforme dizia", colocou o MP.

Para o Ministério Público, as cobranças insistentes acarretavam diversas discussões entre mãe e filho, já que Marcia não tinha condições em prosseguir com tantos gastos.

"De todo o apurado, o bárbaro crime praticado se desenvolveu de forma manifestamente premeditada, tendo o denunciado demonstrado extrema frieza ao ceifar a vida de sua mãe, passar a noite na casa com o cadáver ao solo e promover verdadeiro teatro para comunicar a morte", apontou o Ministério Público.

A defesa nega a acusação. O advogado Anderson Real, que representa o filho da vítima, afirma que a hipótese de seguro em nome da falecida até agora não se confirmou. "Não há nenhum documento nesse sentido no processo. O Bruno nega veementemente essa hipótese. O único bem que a mãe possuía era a casa e um carro", alega.

Ele afirma também que a defesa tentará revogar o pedido de prisão e que, caso não consiga, Bruno pensa em se entregar à polícia.

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