Polícia


Oito militares do Exército são condenados por mortes de músico e catador

Músico Evaldo, morto no Rio por oficiais do Exército
14/10/2021 O Sul

Por três votos a dois, oito militares do Exército foram condenados na madrugada desta quinta-feira (14), por matar o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, e o catador de materiais recicláveis, Luciano Macedo, em abril de 2019, em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro. A sentença foi anunciada depois de mais de 15 horas de julgamento.


Segundo a decisão, o tenente Ítalo da Silva Nunes, que chefiava a ação, foi condenado a 31 anos e seis meses de reclusão, e os outros sete militares foram condenados a 28 anos de reclusão, pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio. Outros quatro militares que estavam no local no dia do crime foram absolvidos, já que não teriam atirado contra as vítimas. Os 12 foram absolvidos pelo crime de omissão de socorro.


A defesa informou que vai recorrer da decisão e que os réus vão responder em liberdade, até que se esgotem os recursos. O julgamento aconteceu na Justiça Militar, na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade, e contou com a participação de cinco magistrados, sendo quatro deles militares.


Durante as argumentações finais, a promotoria do Ministério Público Militar, responsável pela denúncia, criticou a versão dos agentes de que os militares teriam agido em legítima defesa, alegando que houve confronto e que estavam em uma região conflagrada.


Relembre o caso


O músico Evaldo dos Santos Rosa estava em um carro com outras quatro pessoas, incluindo a esposa e o filho de sete anos, a caminho de um chá de bebê, quando foram atacados a tiros por militares do Exército, que teriam confundido o carro dele com o de bandidos. O crime aconteceu no dia 7 de abril de 2019.


Segundo a perícia, foram disparados pelo menos 257 tiros, dentre os quais, 62 atingiram o veículo, e oito atingiram o músico, que acabou morrendo na hora. O catador de materiais recicláveis, Luciano Macedo, que passava pelo local, também foi baleado, ao tentar ajudar as vítimas. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu dias depois, no hospital.


Em entrevista pouco antes do resultado da sentença, a mãe do catador de materiais recicláveis, Aparecida Macedo, relembrou que semanas antes do dia do crime havia aconselhado o filho a deixar a região onde ele foi assassinado. “Ele saiu de casa e foi morar com uma menina. Disse que tinha arrumado um lugar no Muquiço. Eu disse que não gosto daquele lugar. Ele falou que tinha o Exército, que tava seguro. E foi o Exército que matou ele, na covardia”, desabafou.



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