Júri da Kiss: 'eu desmaiei, fui muito pisoteado', diz DJ da boate sobre a noite do incêndio
Começou, por volta das 20h55 desta quinta-feira (2), a oitiva de Lucas Cauduro Peranzoni, sobrevivente do incêndio na boate Kiss, em janeiro de 2013. O homem trabalhava como DJ na casa noturna.
"Eu desmaiei. Caí e fui muito pisoteado. Alguém me tirou de lá", disse Lucas para a promotora Lúcia Helena Callegari, aos prantos, para explicar por que não ajudou outras pessoas.
Inicialmente, o juiz Orlando Faccini Neto previa ouvir mais três pessoas nesta quinta. Contudo, as manifestações da manhã, dos sobreviventes Jéssica Montardo Rosado e Emanuel Pastl, e o depoimento de uma testemunha, o engenheiro Miguel Ângelo Pedroso, duraram mais do que o esperado.
Para esta sexta (3), está prevista a inquirição das testemunhas de acusação Daniel Rodrigues da Silva e Gianderson Machado da Silva, que pediram nos autos para antecipar os seus depoimentos. Também na sexta, mas durante a tarde, devem falar a testemunha Pedrinho Antônio Bortoluzzi, arrolada pela defesa de Marcelo de Jesus dos Santos, e o sobrevivente Érico Paulus Garcia.
Conhecido como DJ Bolinha, Lucas Cauduro Peranzoni se apresentava na Kiss. Em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, o músico relatou como foi o incêndio.
"Tudo aconteceu em até um minuto e meio", disse em 2013.
O DJ tentou ajudar outras pessoas antes de sair da casa noturna.
"O pior de tudo é que ficou muito escuro. Foi como andar em casa no escuro, para quem não conhecia o lugar foi mais difícil sair. Atrás de mim tem uma espécie de área VIP, eu vi que as pessoas começaram a correr e avisei para elas saírem. Me pediram o extintor, mas, quando vi a fumaça, vi que não dava tempo e gritei: 'Sai, sai'. Respirei pela minha camiseta mas a fumaça quase me fez desmaiar", recordou dias após a tragédia.