As histórias da colonização e do crescimento de Chuvisca se confundem com a própria história do processo migratório e de ocupação da região. Foi no início do século XX, em torno do ano 1900, que chegaram os primeiros colonizadores. Os descendentes de alemães, polone­ses e portugueses promoveram o surgimento dos municípios de Camaquã, Encruzilhada do Sul, Dom Feliciano e, por último, Chuvisca.

A agricultura de subsistência inicial expandiu-se e passou a ser fonte de renda familiar. Naquela época não havia monocultura, que hoje no município se centra no cultivo do fumo; ao contrário, a produção era diversificada e intensa.

A atual área urbana de Chuvisca era, no começo do século, uma espécie de paradouro dos carroceiros; estava a meio caminho entre Dom Feliciano e Camaquã. O pequeníssimo po­voado era passagem obrigatória dos colonos e dos produtos que cultivavam. Com uma topo­grafia peculiar, com elevações e florestas cerradas, a região se caracteriza por cerrações e chu­visqueiros o ano todo. Assim, com frequência, os colonos que passavam pela localidade enfrentavam um grande problema: os atoleiros.

Em 1954, por ocasião da inauguração do altar da capela de São José, foi registrada ofi­cialmente a localidade com a denominação de Chuvisca, originada da garoa permanente do local.

A história de emancipação

O município de Chuvisca estará completando na próxima terça-feira (28), 26 anos de emancipação. Porém, foi no dia 22 de outubro de 1995 que aconteceu a aprovação pelo voto popular, mas oficialmente, apenas no dia 28 de dezembro de 1995, que o município foi emancipado.

O empresário chuvisquense e importante participante da comissão emancipacionista da época, Teófilo Slawski, relata que no mesmo dia da emancipação, depois de muitas tentativas foi publicado o anúncio no Diário Oficial. “Antes Chuvisca era apenas o 9º Distrito de Camaquã, hoje com autonomia própria a cidade é governada por pessoas do município, escolhidas democraticamente pelo povo e tudo que é gerado no município é utilizado para a comunidade chuvisquense”, afirma.

Além disso, logo após a conquista de emancipação, ocorreu uma forte enchente que causou grandes estragos para a cidade. Com a ajuda de agricultores e da comunidade, a Associação Comunitária atuante na época conseguiu reerguer o município. Posteriormente ocorreram os procedimentos legais para que se formasse a administração, tendo como primeiro prefeito, José Enio Brandeburski.

Iniciativa da Emancipação surgiu em 1991

A iniciativa de emancipação iniciou no ano de 1991, quando um grupo de pessoas após realizar a festa do fumo no mês de maio, já tradicional na época, em uma conversa resolveu tentar a emancipação do município. Logo após foi formada uma comissão emancipacionista, formada por sua grande maioria por orientadores agrícolas. Após a realização de muitas reuniões no interior, foi feito um trabalho conscientização com a comunidade para que votassem a favor da emancipação.

No dia 10 de novembro de 1991, ocorreu a primeira consulta plebiscitária de Chuvisca. No momento ocorreram muitas divergências dos vereadores e políticos da época. No dia seguinte, no Ginásio de Esportes de Camaquã, aconteceu a contagem dos votos que de um total de 2989 votantes 1170 votaram a favor e 1778 contra.

Somente no dia 22 de outubro de 1995, após outra campanha de conscientização e com a redução do mapa do município, aconteceu a segunda e última consulta plebiscitária. Com uma diferença de mais de 100 votos, a emancipação de Chuvisca foi aceita.