Simone Costa Brasil, Ex-modelo de Santa Cruz volta a ser considerada desaparecida
O drama de Simone Costa Brasil, uma santa-cruzense de 44 anos que vive como indigente nos Estados Unidos, veio à tona desde que familiares iniciaram uma campanha para tentar resgatá-la das ruas e garantir sua sobrevivência. Na quarta-feira (29) da semana passada, a paraibana Joelma Silva, radicada nos EUA há 24 anos, confirmou à Gazeta que, depois de passar quatro meses e uma semana acolhida na residência dela, no Bairro Rego Park, Simone sumiu mais uma vez no dia 2 de dezembro.
De acordo com Joelma, Simone deixou o apartamento sem avisar logo após uma visita do pai, Antônio de Godoy Brasil, que atuou no antigo 8º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz) e hoje é motorista de caminhão e vive na Flórida. Antônio havia reencontrado Simone em setembro, quando ela completou 45 anos, e retornou no fim de novembro. Da última vez, porém, ela se negou a falar com ele. Teria se incomodado ao saber que o pai estaria buscando autorização judicial para interná-la.
A paraibana, conta que embora estivesse acompanhada, a situação de Simone piorou. A ex-modelo continuou se negando a tomar banho e trocar de roupa com regularidade e receber assistência médica, embora se queixasse de dores em várias regiões do corpo. “Ela ficou com medo de ser internada. Quando vimos que ela havia ido, chamamos a polícia e procuramos ela, mas não encontramos”, contou.
Depois de divulgar um anúncio na internet e mobilizar conhecidos junto à comunidade brasileira, Joelma recebeu, há uma semana, uma informação de que ela teria sido vista em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York. Até agora, porém, não foi possível localizá-la. Uma das preocupações é com o inverno no hemisfério norte. Nos últimos dias, as temperaturas estavam abaixo de 10 graus. “O pesadelo continua”, disse Antônio.
A modelo, que passou os primeiros quatro anos de vida em Santa Cruz, começou a trabalhar como modelo aos 16 anos e, aos 21, teve a única filha, Victória. Em 2002, divorciada, foi para os Estados Unidos e se radicou na Califórnia. Após um segundo casamento no qual foi vítima de violência física e psicológica, voltou ao Brasil em 2010, já com a saúde abalada pela anorexia. Nos anos seguintes, foi internada três vezes pela família, mas nunca consentiu com o tratamento. Depois de deixar o hospital pela última vez, em 2018, não teve mais contato com a família. O paradeiro dela só foi descoberto no início deste ano. A história comoveu a comunidade santa-cruzense, sobretudo pessoas que conheceram Simone quando criança.