Política


MDB vai lançar candidato ao Piratini mesmo se Leite disputar reeleição

Fábio Branco, prefeito de Rio Grande e presidente em exercício do MDB-RS
15/02/2022 MDB Rs

Mesmo com a possibilidade de o governador Eduardo Leite (PSDB) concorrer à reeleição ao Palácio Piratini - hipótese que ganhou força após encontro partidário do PSDB no sábado -, o presidente estadual interino do MDB, o prefeito de Rio Grande Fábio Branco, garante que a sigla terá candidatura própria ao governo do Estado em 2022 e apresentará um projeto para o Estado.

O MDB disputou com o cabeça de chapa todas as eleições desde a redemocratização nos últimos 40 anos. O partido lançou candidato a governador nos 10 pleitos desde 1982 - Pedro Simon, Antonio Britto, José Fogaça, Germano Rigotto e José Ivo Sartori foram os candidatos, duas vezes cada um. Neste ano, vai manter a tradição.

Ou seja, se Leite concorrer ao Piratini em outubro, estaria descartada qualquer chance de composição entre PSDB e MDB no Rio Grande do Sul. Entretanto, Branco também afirma que "o novo diretório vai ter que construir tudo isso." O MDB gaúcho escolhe a nova direção neste domingo, na convenção estadual, que ocorre no Auditório da AIAMU (Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre), a partir das 8h30min. Há uma chapa de consenso para o diretório, que deve ser chancelada em votação. Depois, ocorre a votação da executiva - que ainda passa por um processo de composição.

Os emedebistas chegaram a adiar as prévias para escolher o candidato a governador, previstas para este mês, para adiantarem a eleição da nova direção partidária. A ideia é que o novo presidente conduza a escolha do candidato e a formação de coligações.

Diante da vontade do deputado federal Alceu Moreira e do deputado estadual Gabriel Souza de concorrerem ao governo do Estado, o que poderia gerar um racha dentro do partido, o principal desafio do novo líder emedebista será manter a unidade partidária.

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Branco projeta os próximos passos sobre a discussão interna do MDB para as eleições.

Jornal do Comércio - Inicialmente, o MDB pretendia discutir o nome do candidato ao governo do Estado em dezembro de 2021. Depois, a decisão foi adiada para fevereiro, quando ficou acertado que a sigla realizaria prévias para escolher o seu candidato. Entretanto, no início do mês, lideranças emedebistas pediram o adiamento do pleito, para garantir a unidade partidária. Como está o processo de escolha do candidato do MDB ao governo do Estado? Tem previsão de quando essa decisão vai sair?

Fábio Branco - Ainda não tem um data, porque adiou-se as decisões para poder priorizar a eleição da direção do partido. O mandato (da atual executiva) terminaria no final de março. A estratégia que o partido adotou permitiu a antecipação (da escolha da nova direção), dando legitimidade para o novo diretório, a nova executiva, o novo presidente, para fazer todas essas discussões (relacionadas às eleições). Me refiro tanto às discussões internas em torno do candidato, quanto às discussões externas para a formação de coligações. Todos nós entendemos que é importante ter uma chapa com viabilidade, com uma boa estruturação em termos de alianças.

JC - As prévias e a eleição da nova direção aconteceriam em um intervalo de um mês, se o cronograma inicial tivesse sido mantido...

Branco - Por isso, nesse momento, decidiu-se priorizar o encaminhamento em torno da direção do partido. Se não, daqui a pouco, fazemos as prévias agora (para escolher o nome que representará o MDB na corrida ao Palácio Piratini) e, logo ali na frente, tem outra eleição dentro do partido. Nesse caso, haveria um risco maior ainda de uma nova disputa que, nesse momento, não contribuiria com o propósito de união do partido, união de todas as forças em torno de um projeto bem consolidado internamente.

JC - Quais são os próximos passos para a escolha da nova direção da sigla? Vai ter chapa de consenso?

Branco - A chapa do diretório saiu no último sábado, quando se construiu uma chapa de consenso. No dia 20 de fevereiro, os emedebistas que estão aptos a votar (devem confirmar a chapa). No mesmo dia, tem a escolha da executiva partidária.

JC - O senhor tem intenção de continuar na presidência?

Branco - Tenho intenção de ajudar o partido. Estou aqui (na presidência interina) colaborando com o partido. Vamos ver, durante a semana, como a gente fica... Afinal, eu assumi a presidência interina (depois que o presidente Alceu Moreira se afastou, para disputar as prévias emedebistas, que acabaram não ocorrendo), porque eu era o vice-presidente estadual. Ao longo dessa semana, veremos quem teria condições ou estaria disponível (para a presidência). O objetivo é trazer tranquilidade. Se necessitarem, estarei disponível para qualquer contribuição no diretório.

JC - A candidatura do MDB ao governo do Estado é irreversível?

Branco - Vamos ter candidatura, sim. O objetivo do partido é apresentar à sociedade gaúcha um projeto.

JC - Então, mesmo que o governador Eduardo Leite (PSDB) concorra à reeleição, não haverá composição com o PSDB?

Branco - Na verdade, o novo diretório vai ter que construir tudo isso. Não tenho legitimidade para discutir um assunto como esse.

JC - Um dos motivos da suspensão das prévias do MDB gaúcho foram as negociações entre as candidaturas da senadora Simone Tebet (MDB) e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) ao Palácio do Planalto, que buscam uma aproximação. O diretório estadual vai esperar o desfecho nacional para tomar uma decisão?

Branco - Claro que a conjuntura nacional sempre pesa, mas não necessariamente precisamos esperar. Então, a partir do dia 20, tendo um novo diretório, o MDB poderá voltar a pensar. A suspensão das prévias ocorreu com esse intuito, de esperar alguns passos importantes a nível nacional, como a discussão da federação (entre MDB e PSDB) e o que pode ser feito em termos de coligações no governo federal. Entretanto, nada impede de construir o projeto local para o governo do Estado. O que se espera é que, a partir da semana que vem, o partido possa começar a definir a sua estratégia e estipular um calendário de atividades, não só para termos um bom projeto para apresentar à sociedade gaúcha, mas também para começarmos a nos preocupar com as nominatas das chapas proporcionais.

JC - Além de Alceu Moreira e do deputado estadual Gabriel Souza, mais alguém colocou o nome à disposição como possível candidato?

Branco - Até o momento, eles foram os únicos que manifestaram o desejo de concorrer ao governo do Estado.

JC - Algumas lideranças defendem que o ex-governador José Ivo Sartori seria um bom nome para evitar uma disputa interna e unir o partido. Como enxerga isso?

Branco - O Sartori tem dito sempre que não pretende concorrer (ao governo do Estado). Claro que o nome dele é sempre um consenso dentro do partido e um desejo dos militantes. Mas também pesa muito a vontade dele. Tendo em vista as manifestações do ex-governador, não se discutiu essa possibilidade (de Sartori disputar um segundo mandato) até agora.


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