Criança de 9 anos relata estupros cometidos por pai e avô
Uma criança denunciou que foi vitima de estupro cometido pelo próprio pai e pelo avô, em São José dos campos, no interior de São Paulo. O caso foi denunciado pela mãe da menina em junho deste ano e até o momento nenhum dos homens foi preso.
A mãe desconfiou dos abusos enquanto lavava algumas roupas da criança e percebeu que havia sangue na calcinha. Ao pressionar a menina, a criança revelou que as manchas eram dos machucados que o pai e o avô haviam feito.
O pai estuprava a criança desde os cinco anos de idade e o avô iniciou os abusos há cerca de dois anos. De acordo com a mãe, os abusos aconteciam enquanto ela estava trabalhando e precisava deixar a criança só com o esposo. Já o avô praticava a violência quando nos dias que precisava buscar a criança na escola.
Ao ouvir o relato da filha, a mulher denunciou o marido e pai pelos abusos causados à criança. O pai da menina fugiu e segue desaparecido, já o avô prestou depoimento e negou os abusos, ele segue em liberdade.
“Foi muito chocante e doloroso descobrir isso [os abusos], porque eram duas pessoas que eu confiava e que nunca desconfiei que pudessem fazer algo assim”, afirmou a mãe da criança.
A Justiça expediu uma medida protetiva para a criança, para que o pai e o avô materno não se aproximem dela. Agora ela faz acompanhamento psicológico e também tratamento médico, para se recuperar das lesões físicas e prevenir doenças sexualmente transmissíveis que ela possa ter tido contato.
A mãe comentou que só percebeu alguns sinais que indicavam que os abusos estavam acontecendo, depois que descobriu a violência. Ela disse que a criança frequentemente estava com infecção urinária, tinha corrimentos, chorava muito a noite e tinha problemas para dormir. Além disso, lembra o quanto o marido parecia ser “protetor” com a filha do casal, tinha ciúmes e queria estar sempre perto da menina, o que hoje percebe que era uma maneira de manter a menina sob controle.
Uma das atividades que colabora para que a criança expresse os traumas é por meio da escrita. Ela escreveu uma carta em que relata como o pai e o avô cometiam os estupros e o que ele sentia. “Doía muito, eu falava para ele [o pai], mas ele continuava”, narrou a menina em trecho da carta.
A Secretaria de Segurança Pública informou em uma nota que o caso segue sendo investigado sob sigilo, na Delegacia da Mulher de São José dos Campos.