Polícia


Mulher acusada de matar companheiro e manter corpo enterrado em casa vai a júri em janeiro

Leda Natalina Alves Pinheiro, 61 anos, é ré pela morte de Jonathan Martins de Almeida, 33, que desapareceu em dezembro de 2016
26/12/2022 Clic Camaquã

Mulher acusada de matar companheiro e manter corpo enterrado em casa vai a júri em janeiro. O corpo da vítima ficou enterrado no pátio de casa ao longo de quatro anos, em Arroio do Sal, no Litoral Norte. O júri de Leda Natalina Alves Pinheiro, 61 anos, está agendado para 19 de janeiro de 2023. Ela responde pelo homicídio de Jonathan Martins de Almeida, 33. Após desaparecer em 2016, o homem teve os restos mortais encontrados em novembro de 2020. Até então, a mulher afirmava que ele havia ido embora. As informações são de GZH.

A investigação do caso na época concluiu que o crime teria sido cometido por ciúmes em razão de a mulher não aceitar o fim do relacionamento. Leda continua presa de forma preventiva no Presídio Feminino de Torres. Ela responde pelo assassinato, além da ocultação do cadáver e por ter registrado falsa ocorrência de desaparecimento. O atual marido dela, Antonio Leri da Silva, 47 anos, chegou a ser acusado de ter auxiliado a ocultar o corpo, mas foi absolvido durante o processo. Os dois continuam casados.A sessão do julgamento está agendada para começar às 9h30min, em Torres. Durante o júri, serão ouvidas sete pessoas em nome da defesa, sendo cinco testemunhas e dois informantes. Entre elas, está Antonio, que segue casado com Leda e falará em defesa da mulher. Ele afirma que conheceu a esposa em 2018 e que eles se casaram um mês depois. Pela acusação, foram arroladas cinco testemunhas para serem ouvidas, entre elas, os policiais que investigaram o caso.

Na sequência das testemunhas, a ré poderá falar — Leda confessa o homicídio, mas alega ter agido para se defender. Em seguida, Ministério Público e defesa apresentarão os argumentos. Por fim, os sete jurados é que decidem se a mulher é ou não culpada dos crimes.

Mulher acusada de matar companheiro e manter corpo enterrado em casa vai a júri em janeiro: O sumiço

Em dezembro de 2016, Jonathan deixou de fazer contato com familiares. Para explicar o sumiço, Leda relatou que ele havia ido embora para viver com outra mulher. Ainda teria contado ter visto o companheiro embarcar em um Celta verde, que aguardava por ele na esquina da casa. Em janeiro do ano seguinte, a mulher foi até a polícia e comunicou abandono de lar — motivo pelo qual foi denunciada por falsidade ideológica.

O fato de Jonathan ter sumido sem levar a motocicleta que ele havia comprado recentemente fez os familiares suspeitarem da versão. Os parentes passaram a espalhar fotos pelas redes sociais e em sites de buscas de pessoas. Uma ocorrência pelo desaparecimento foi registrada. Mas, somente em novembro de 2020, foi localizada a ossada na casa de Leda, após a polícia receber informação anônima.

Os restos mortais foram encaminhados para perícia, quando foi realizada comparação genética com base no DNA da mãe de Jonathan e confirmado que se tratava da vítima. Em depoimento, Leda confessou o crime à polícia e afirmou que o homicídio havia acontecido quatro anos antes: em 18 de dezembro de 2016.

A mulher alegou que o companheiro chegou em casa embriagado, com uma garrafa de cerveja. Na versão dela, ele teria quebrado um copo na mesa da sala e ido em sua direção. Neste momento, ela teria atingido a vítima na cabeça com a garrafa, para se defender. Depois disso, teria arrastado o corpo até o pátio e enterrado ali. Mais tarde, um novo cômodo foi construído sobre este mesmo local.

Leda alegou que o companheiro possuía perfil violento, que teria se intensificado nos dois últimos anos de relacionamento. Mas, para a acusação, a versão dela apresenta incoerências, como o fato de não haver registro ou relato anterior que confirme que a vítima era agressiva.

A vítima

Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, onde Jonathan cresceu, a família aguardava havia quatro anos por uma resposta. Caçula de sete irmãos, era chamado de Naco ou Naquinho. Jonathan deixou a Fronteira Oeste após iniciar um relacionamento com Leda em Caxias do Sul, na Serra. Durante uma viagem para trabalhar com o pai, ele teria conhecido a mulher, que residia na cidade. Decidiu então se mudar para lá e viver com ela.

Nesta época, trabalhava com o pai em obras, como pedreiro. O casal posteriormente se mudou para a praia de Arroio do Sal, a cerca de 180 quilômetros de Caxias. No Litoral Norte, ele acabou empregando-se em uma empresa de vigilância, onde atuava na instalação de alarmes e monitoramento de residências.

A família começou a estranhar a falta de Jonathan quando as mensagens dele cessaram no grupo da família. Ele era um dos que mais movimentava o WhatsApp familiar. Em 18 de dezembro de 2016, às 18h30min, enviou última mensagem, que dizia: “Oi mana”. Depois disso, o grupo silenciou. Os familiares só tiveram certeza do que havia acontecido quando a ossada foi localizada na residência.

Contraponto

O que diz a defesa de Leda Natalina Alves Pinheiro

O advogado Victor Hugo Gomes, responsável pela defesa de Leda, afirma que a cliente agiu para se defender e que devido ao tempo que ela está presa decidiu abrir mão de recursos possíveis para conseguir agilizar o processo.

— Absurdamente, ela está presa até hoje, podendo, inclusive, ser absolvida no júri. Tive que abrir mão de um direito, com a permissão dela, para que não fique mais seis, oito meses ou até um ano presa, esperando para ser julgada. Espero, tenho convicção de que no dia 19 consiga absolver a Leda, ou que ao menos seja reconhecida a violenta emoção. Foi um caso tipicamente passional, de desespero. Espero que seja um dia de Justiça — afirma o advogado.

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