Saúde e Bem Estar


Conheça a história da menina de Caxias do Sul que receberá doação de medula do irmão.

Aos seis anos de idade, Alicia Carolinne Tabares tem no irmão, de nove, a esperança de cura. Família precisa de ajuda financeira para o pós-operatório.
12/07/2019 Gaúcha ZH / Agencia RBS: Marcelo Casagrande / Agencia RBS: Porthus Junior

A afinidade entre os irmãos Alicia Carolinne Tabares, seis anos, e Natanael Adalberto Tabares, nove, é evidente. A ligação de sangue e de afeto, já estabelecida pelas circunstâncias, deverá tornar-se ainda maior nos próximos dias, quando o irmão mais velho será o doador da medula óssea que pode salvar a vida da irmã que luta contra uma Leucemia Linfóide Aguda (LLA) desde 2015. 

O procedimento ainda não tem data confirmada, mas tem previsão para ocorrer, no máximo, dentro da primeira quinzena de agosto, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A compatibilidade entre os dois — que tem percentual quase nula quando não-parental e aumenta para 30% quando realizada entre irmãos de sangue, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer — já é motivo de alegria, pois representa a possibilidade de cura para Alicia.

— É muito raro encontrar um doador que seja 100% compatível, estamos muito felizes com isso — afirma a médica oncologista pediatra Ângela Rech Cagol, que acompanha o tratamento de Alicia desde o primeiro diagnóstico.


Segundo ela, a opção de transplante foi definida por uma equipe médica tendo em vista que o tratamento seria muito agressivo para a paciente, principalmente por tratar-se de uma recaída tardia da doença, uma vez que ela chegou a ter cura registrada em 2017, mas voltou a ser diagnosticada em março deste ano.

— Graças a Deus ele é compatível. Vejo famílias com oito ou nove filhos sem compatibilidade. Ele ainda não entende a importância disso, mas quando ela fica com dor ele se preocupa e quer muito ajudar a mana.

A luta contra a doença

Alicia mora no bairro Cinquentenário II, em Caxias do Sul, e iniciou a luta contra a Leucemia quando tinha apenas um ano e oito meses. Após diagnóstico, em 2015, ela foi submetida ao tratamento, por meio de quimioterapia e, no mesmo ano, precisou passar por uma cirurgia de urgência depois de contrair um fungo. Em julho de 2017 o tratamento foi finalizado, ficando estabelecido apenas o acompanhamento — comum para pacientes de câncer — ao longo de cinco anos.

Alguns sintomas, confirmados por um hemograma, declararam o retorno da leucemia em março deste ano, dois anos depois de encerrados os tratamentos.

— Ela ficava muito cansada, só queria dormir. No início pensei que fosse porque estava acordando cedo para ir à escola, mas o hemograma apontou a alteração e ela foi imediatamente internada — conta a mãe. 
Ela acompanha a filha no tratamento de quimioterapia retomado em março deste ano, após o novo diagnóstico, e aguarda ansiosa pelo agendamento do transplante que deve ocorrer nos próximos dias. 

Saiba como ajudar

Durante todo o período de tratamento, a família de Alicia contou com auxílio do Instituto de Amparo às Pessoas com Câncer (IAPC), mas necessita de ajuda financeira para o período pós-cirúrgico da menina, que prevê, pelo menos, 40 dias de internação em Porto Alegre, além de um longo período de viagens até a Capital para acompanhamento. O pai trabalha na área de telefonia e a mãe precisou deixar o emprego como auxiliar de produção para acompanhar o tratamento da filha. O casal também tem outros dois filhos: Natanael e Arthur.

— A gente não tem condições. Vou ter que reformar a casa pra ela ficar, tirar parede que está com mofo. Vamos fazer tudo certo pra que ela se recupere rápido — explica a mãe.

Ela pede roupas infantis (incluindo meias e calcinhas) e alimentos, além de doações em dinheiro que podem ser feitas aqui. A família pode ser contatada pelo telefone (54) 9176-2090.

A médica especialista em Hemoterapia e coordenadora da Agência Transfusional do Hospital Geral, Márcia Araújo Leite, declarou em entrevista publicada pelo Pioneiro no dia 7 de março deste ano, que as chances de se encontrar um doador de medula óssea compatível é de um para 100 mil habitantes. Por isso, muitas campanhas são realizadas para que as pessoas se cadastrem no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome), que é um banco nacional.


O procedimento pode ser feito no Hemocentro de Caxias do Sul (Hemocs), onde o candidato preenche uma ficha com informações pessoais e se submete à coleta de uma amostra de sangue (5 ml). O material é destinado ao exame de hispocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas que podem influenciar no transplante. O serviço é realizado de segunda-feira a sexta-feira. Mais informações pelo (54) 3290-4543.

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Aline Rosiakdj ar

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