Corpo de jogador de futsal morto em acidente é velado em Novo Hamburgo
Ajoelhada ao lado do caixão, Márcia Jaqueline Radaeli usava a ponta dos dedos para acariciar a testa do filho, Pablo Yago Radaeli. Em uma cerimônia para amigos e familiares, na manhã desta segunda-feira (15), em Novo Hamburgo, a mãe se despedia do jovem, morto na madrugada de domingo (14) em um acidente de trânsito na BR-472, em Itaqui.
O conforto para a dor da mãe chegava em forma de abraços das dezenas de pessoas que passaram pela funerária em que o corpo foi velado, no bairro Hamburgo Velho. Espalhadas pela capela e pelos corredores do local, as coroas de flores demonstravam o carinho vindo de todos os cantos: da torcida organizada uruguaiense, da liga gaúcha de futsal, dos amigos “do futebol das quartas-feiras”, entre outros.
— Ele era muito brincalhão, amoroso e alegre. Uma luz, que por onde passava, iluminava — justificou o cunhado, Vinicius Telles da Cruz, casado com a única irmã do jovem, Pamela Jaqueline Radaeli.
As passagens por diversas equipes de futsal foram lembradas pelas cinco camisetas, cuidadosamente dispostas sobre o corpo. Cobrindo os pés do jogador, estava a vestimenta laranja e preta do Passo Fundo Futsal, time que defendia quando sofreu o acidente.
Nos raros momentos em que não estava recebendo abraços de amigos, Márcia aproveitava para acariciar e falar com o filho.
— Ela entrou em desespero. Gritava. A ficha ainda não caiu. Sentimos um buraco, um vazio — contou Pamela.
Entre o fim da noite de domingo e começo da madrugada de segunda, as homenagens ocorreram no ginásio Capingui, em Passo Fundo. A família só teve acesso ao corpo por volta das 23h30min, quando ele chegou ao local.
— Toda a comissão, jogadores estavam lá. Foi uma comoção em nível municipal. Foi bem triste — disse Cruz.
Por volta da 1h, os parentes se deslocaram para o Vale do Sinos. O velório segue até as 16h, quando o corpo será encaminhado para outra sala, onde ocorrerá a cerimônia de cremação.
Jogador desde criança
Apaixonado pelo esporte desde pequeno, Pablo começou a carreira em Novo Hamburgo. Conforme relatos de pessoas próximas, desde os cinco anos já jogava futsal.
Até os 17 anos, ficou na terra natal e, depois, passou por times de Minas Gerais, São Paulo e do interior gaúcho. Antes de defender o Passo Fundo, no qual começou no primeiro semestre de 2019, Pablo jogou pelo paulista Dracena.