"Durou segundos, mas foram 30, 50 tiros", diz morador de Cristal sobre ação da PF que terminou na morte de duas mulheres
Os cerca de 8 mil habitantes de Cristal, no sul do Estado, viveram momentos de tensão na noite desta terça-feira (16). A troca de tiros em uma barreira da Polícia Federal (PF) na cidade, que deixou duas mulheres mortas e uma criança e um homem feridos, deixou moradores em alerta e fez com que muita gente tivesse dificuldade para dormir.
— Até agora não dormimos. É uma coisa muito incomum na cidade, ninguém nunca viu isso aqui — disse um morador, que preferiu não se identificar, em entrevista à Rádio Gaúcha.
De acordo com a prefeita do município, Fábia Richter, o caso ocorreu próximo à estrada de chão que liga Cristal a Amaral Ferrador, na área urbana da cidade. Dois carros teriam tentado furar o bloqueio policial e houve troca de tiros, por volta das 23h30min.
O morador, que tem casa próxima à região onde ocorreu o tiroteio, deu mais detalhes da ação:
— Estávamos em casa, indo dormir, mais ou menos às 23h30min, quando os cachorros alertaram. Vim para a rua ver o que era e tinha uma viatura parada. Estranhei, porque estavam com armas. Ficaram alguns minutos parados e eu fui perguntar o que era, mas não deu tempo. Começaram a atirar, e eu voltei correndo para casa, peguei minha esposa e minha filha e me escondi no banheiro dos fundos. Durou segundos, nem um minuto, mas foram 30, 50 tiros — lembra.
Até agora, as únicas informações sobre a troca de tiros foram dadas pela prefeita do município e pela Polícia Civil. A PF confirma que houve operação no local, mas não divulga mais detalhes.
As mulheres mortas ainda não foram identificadas. A criança baleada, de quatro anos, está em estado grave e foi encaminhada a um hospital de Porto Alegre. O homem ferido também está em atendimento médico, sob custódia da polícia.