Família gaúcha se muda para Barretos e faz rifa para manter tratamento de um dos filhos
Foi a mais de 1,5 mil quilômetros de casa que a família de Bernardo Lorenzi Fagundes, um ano e oito meses, encontrou esperança para sua cura. Em janeiro deste ano, o menino foi diagnosticado com leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ) — uma doença rara, que representa de 2% a 3% de todas as leucemias pediátricas.
Os sintomas mais comuns são parecidos com uma gripe forte. Como o desenvolvimento da LMMJ é agressivo, o único tratamento que possibilita a cura é o transplante de medula óssea.
Em busca de tratamento gratuito, por indicação médica, os pais do menino decidiram sair da Restinga, em Porto Alegre, e ir para Barretos, em São Paulo, para ficarem mais próximos do Hospital de Amor, anteriormente conhecido como Hospital de Câncer de Barretos. O local é referência no tratamento e prevenção de câncer no Brasil. Contudo, devido à mudança, a família enfrenta dificuldades financeiras.
— Viemos para salvar da vida dele. Saímos de nossos empregos em Porto Alegre. Aqui, eu não tenho como trabalhar, pois minha rotina é de casa para o hospital — relata a consultora de colchões desempregada Karina Lorenzi, 39 anos, mãe de Bernardo.
“Outra realidade”
Segundo Karina, em Barretos, o fi lho recebe de graça a azacitidina — uma espécie de quimioterapia, que auxilia o menino até a realização do transplante necessário. Na farmácia, o medicamento custa de R$ 1,8 mil a R$ 2 mil cada dose. Em Porto Alegre, ela conseguiria apenas via Defensoria Pública, pois o remédio não é disponibilizado pelo SUS:
—Aqui é outra realidade. Bernardo começou a receber o tratamento dias depois que chegamos. Apesar de todas as dificuldades, não me arrependo de ter vindo.
O transplante que Bernardo precisa está previsto para ocorrer no dia 1 º de agosto. O doador será seu irmão mais velho, Gustavo, nove anos.
— Bernardo foi abençoado por ter um irmão 100% compatível com ele — diz Karina.
Mesmo com a cirurgia próxima, a família não poderá voltar para casa logo:
— O tratamento dura de três a quatro anos. Até lá, vamos continuar morando aqui. Depois, ele terá consultas a cada dois meses, então, voltaremos para Porto Alegre. Contamos os dias.
Com a mamãe, Karina
Para angariar fundos, rifa de camiseta
De acordo com Karina, seu marido, André Luís Benfatto Fagundes, 44 anos, que é técnico em enfermagem, conseguiu trabalho em Barretos há dois meses. Com o salário dele, a família paga o aluguel. Mas resta pouco para outros gastos.
Para custear a permanência do casal e dos dois filhos em São Paulo, a família organizou uma rifa online. O valor arrecadado com a venda dos números servirá pagar a alimentação e deslocamento até o Hospital de Amor, além de gastos com medicações. O prêmio é uma camisa oficial do Grêmio, do jogador Luan, com autógrafos do time.
A rifa, que custa R$ 10 cada número, será sorteada no dia 31 de julho.
Incentivo à doação de medula
Após ter contato com a realidade que afeta muitas crianças, Karina está engajada em disseminar a doação de medula:
— Há pouca divulgação de como funciona a doação de medula óssea, e existem crianças que precisam do transplante. É tão fácil se tornar um doador e é de graça, doar medula é doar vida.
De acordo com o site do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), para doar medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar na lista de doadores, o candidato deve procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para esclarecer dúvidas a respeito da doação.
COMO AJUDAR A FAMÍLIA DE BERNARDO
Para comprar a rifa da camiseta do Grêmio autografada acesse a RIFA ONLINE.
É possível fazer doações espontâneas na conta do pai de Bernardo, André Luís Benfatto Fagundes, na Caixa Econômica Federal, agência 0439, conta poupança 00011117-0, operação 013.