Dom Feliciano


Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) Rurais: 50 anos de cidadania

09/09/2019 Prefeitura de Dom Feliciano

O sindicalismo na área agrícola no Rio Grande do Sul, assim como no município de Dom Feliciano tem forte ligação com o trabalho desenvolvido pela Igreja Católica na área social. Mater et Magistra (Mãe e Mestra) é uma carta encíclica do Papa São João XXIII sobre a recente evolução da questão social à luz da Doutrina Cristã. Foi Publicada em 15 de maio de 1961 e é considerada um marco importante na Doutrina Social da Igreja.

Nessa carta, o Papa fixa a visão integral da Igreja sobre o homem, de modo que a Santa Igreja, apesar de ter como principal missão, a de santificar as almas, não deixa de se preocupar com as exigências da vida cotidiana, no que diz respeito ao sustento e as condições de vida.

Como resposta à Encíclica Mater et Magistra os Bispos do Rio Grande do Sul criaram a Frente Agrícola Gaúcha (FAG) em 1961. A FAG deu origem, formato e o estilo dos Sindicatos Rurais do RS. A atuação do FAG resultou na formação de 357 sindicatos, congregando um milhão e meio de agricultores e trouxe grandes benefícios para toda esta gente. Foram os sindicatos que pelas suas reivindicações junto ao Governo conseguiram aposentadoria rural aos agricultores.

Na Diocese de Santa Cruz do Sul responsável pela FAG ficou o Padre Aloísio Weber. Foi ele que em o8 de janeiro de 1967, na Sociedade Progresso, deu ao povo de Dom Feliciano a primeira palestra sobre sindicalismo e cooperativismo. No ano de 1968, na última semana do mês de janeiro, foram programadas em oito comunidades as palestras de Padre Aloísio sobre sindicalismo. As comunidades foram Cavadeira, Correa Neto, Filipe Noronha, Tigre, Bela Vista, São Casimiro, Laurentino Freire e Amaral Ferrador. No mesmo ano, em setembro foi realizada mais uma campanha de esclarecimento sobre sindicalismo e cooperativismo. Desta vez foram visitadas todas as comunidades da Paróquia. O Irmão Miguel, Marista de Porto Alegre, com sua retórica e convicção fez sucesso com suas palestras no meio do povo.

Depois de uma longa preparação esclarecedora, em 20 de outubro de 1968, nas dependências da Sociedade Progresso, reuniram-se 446 agricultores, fundando o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dom Feliciano. Entidade Social, sem fins lucrativos, tendo como articulador e incentivador o Padre Jozef Wojnar e como primeiro presidente da diretoria provisória da entidade, até a obtenção da Investidura Sindical, Leonardo Latosinski. Inicialmente para o atendimento dos associados foi cedida uma sala do Colégio Paroquial de Maria Santíssima.

Durante o ano de 1968, a entidade realizou assembleias para organização de seus estatutos, diretoria provisória, investidura sindical e contribuição social, contando com a assessoria técnica e jurídica de Adão Ivo Maliszewski e seu pai, Leonardo Maliszewski.

Em 25 de agosto de 1969, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dom Feliciano recebeu a Carta Sindical para defender a categoria dos pequenos agricultores, meeiros, parceiros, arrendatários e diaristas. Essa passa a ser a data oficial de sua fundação.

Nos primeiros anos o Sindicato dos Trabalhadores Rurais não possuía sede própria e contava com o apoio da Prefeitura e com as taxas dos associados para ter um espaço de atendimento e trabalho.

Entre os anos de 70 e 80, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, adquire terreno próprio e dá inicio a construção de uma nova sede, com recursos das taxas dos associados, doações da comunidade e empréstimo, junto a Caixa Econômica Estadual.

O Prédio do Sindicato foi construído em terreno localizado à Rua Tiradentes, 260, sendo instalado em 09 de junho de 1981 e inaugurado pelo governador do estado, José Augusto Amaral de Souza, em 14 de dezembro de 1981. Nesse local, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais presta atendimento aos seus associados até os dias atuais.

A Entidade passou por três fases: Estrutural, Assistencial e Reivindicatória.

Estrutural: na década de 60 ocorreu a estruturação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais como Entidade Social, com a elaboração de documentos como Estatuto Social, Atas, Assembleias, Eleição de Diretorias, Registros de documentos perante Órgãos Públicos.

Assistencial:na década de 70 se desenvolvia um trabalho de assistência médica e odontológica através do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), programa de saúde conquistado pelo Sindicato na época. Também nesse período foi conquistado o direito a meia aposentadoria para os trabalhadores rurais.

Reivindicatório: na década de 80 o Sindicato dos Trabalhadores Rurais passou a lutar pela aposentadoria dos agricultores, sendo 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres, auxílio maternidade, auxílio para acidentes de trabalho e pensão por morte de cônjuge.

Durante o período de sua fundação aos dias atuais, o Sindicato dos trabalhadores rurais teve como presidentes de suas diretorias:

1º Presidente: Leonardo Latosinski, de 20/10/1968 à 17/01/1970.

2º Presidente: Zeno Twortkowski, de 18/01/1970 à 11/01/1973.

3º Presidente: Augusto Kraschefski, de 12/01/1973 à 12/01/1985.

4º Presidente: Marcelino Mietlicki, de 13/01/1985 à 20/05/1995, e Alfredo Szczecinski (Presidente Interino) de 21/05/1995 à 05/11/1996, durante o período em que Marcelino Mietlicki esteve afastado por licença.

5º Presidente: Jorge Fernando Dzielinski, 05/11/1996, nesse período a Secretária da Diretoria, Leila Iribarrem assumiu o trabalho como presidente em exercício, de 01/06/2008 à 05/10/2008, devido à participação do presidente no pleito eleitoral.

6º e atual Presidente: Enio Maciejewski, com o início do mandato em 04/06/2015.

Atualmente o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dom Feliciano conta com aproximadamente 8 mil associados, sendo que desses encontram-se em dia com as mensalidades cerca de 1200. Entre os serviços e benefícios prestados pelo Sindicato aos agricultores e agricultoras estão os descontos em consultas médicas e exames laboratoriais, tratamento odontológico na sede, serviços de escritório, convênio COBAN, que atende a serviços de PRONAF, convênio com a FEAPER/RS para troca de sementes, cadastros ambientais (CAR), encaminhamento de benefícios para previdência, entre outros.

(Pesquisa realizada pelo Setor Pedagógico da SMECE Dom Feliciano em agosto de 2019)

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