Política


Alvos da Lava-Jato, gerentes do BB são suspeitos de movimentar R$ 200 milhões

Três funcionários da instituição financeira teriam facilitado centenas de operações de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2014
27/09/2019 GaúchaZH

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (27) a 66ª fase da Operação Lava-Jato, que tem como foco a atuação de três gerentes e um ex-gerente do Banco do Brasil que são suspeitos de terem facilitado centenas de operações de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2014. Segundo o comunicado do Ministério Público Federal (MPF), os "funcionários foram cooptados por operadores financeiros" e o "montante total ilícito movimentado, por meio da realização de transferências bancárias a partir de contas mantidas pela organização, superou a quantia de R$ 200 milhões".

"Parte significativa do valor foi convertida em espécie para posterior utilização no pagamento de propinas por empreiteiras que praticaram corrupção contra a Petrobras", diz a nota.

Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo e um em Natal, Rio Grande do Norte — todos expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, que cuida da Lava-Jato na primeira instância. Esta é a segunda operação da Lava-Jato com foco exclusivo em um banco suspeito de ter sido usado para lavagem de dinheiro. Em maio, o alvo da 61ª fase foi o Banco Paulista.

De acordo com o comunicado do MPF, gerentes de três agências do Banco do Brasil em São Paulo "receberam vantagens indevidas para burlar os mecanismos de prevenção a lavagem de dinheiro da instituição". "A conduta indevida dos gerentes possibilitou que contas em nome de empresas de fachada controladas por organizações criminosas fossem abertas e operassem na instituição financeira por longo período, realizando centenas de operações de lavagem de dinheiro, inclusive depósitos e saques de valores expressivos em espécie", afirma a nota.

A procuradoria ainda diz que "fortes evidências" indicam que os gerentes atuaram para encerrar indevidamente registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro. Eles teriam inserido justificativas falsas, o que dificultou a comunicação de operações suspeitas à Unidade de Inteligência Financeira (UIF, antigo Coaf).

Além dos gerentes do Banco do Brasil, a investigação também apura o papel de um "doleiro que teria sido responsável por produzir pelo menos R$ 110 milhões, em espécie, para viabilizar o pagamento de propinas", segundo a polícia.

Procurado, o Banco do Brasil disse que irá se pronunciar por meio de nota ao longo do dia.

Segundo o comunicado do MPF, o banco, informado pelas autoridades sobre o esquema ilícito, realizou apurações sigilosas internas que resultaram na remessa aos investigadores de outras provas da atuação de seus funcionários para facilitar operações de lavagem de capitais.

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