Polícia


Suspeito de ataques com ácido em Porto Alegre é preso no Paraná

Preso residia em Curitiba e relatou informalmente à Polícia Civil que pretendia convencer ex-mulher a se mudar para a mesma cidade, ao fazê-la crer que a capital gaúcha não era segura
08/10/2019 Diário Gaúcho

A Polícia Civil anunciou, em entrevista coletiva na manhã nesta segunda-feira (7), a prisão do suspeito de ter atacado cinco vítimas com ácido na zona sul de Porto Alegre, no mês de junho. Ele é investigado pelo ataque a quatro mulheres e um adolescente de 17 anos, que tiveram queimaduras em áreas como rosto e pescoço.

Wanderlei da Silva Camargo Júnior, de 48 anos, foi detido na sexta-feira (4), no Paraná, no âmbito da Operação Arrhenius. A investigação partiu da identificação dos veículos usados pelo criminoso. Ainda não está clara a motivação dos crimes, mas o preso teria relatado informalmente aos policiais que queria demonstrar à ex-mulher que Porto Alegre não era um local seguro, com o objetivo de convencê-la a se mudar para Curitiba, onde ele residia. A ex-mulher não foi vítima dos ataques, que ocorreram em locais próximos de onde ela morava e trabalhava.

 — A intenção dele, segundo ele verbalizou, seria demonstrar a ela que aqueles locais não eram seguros. Enquanto esses ataques iam acontecendo, ele mandava mensagens como: "Pô, tu vê como está difícil aí, vem morar aqui comigo". Acho que ele ficou numa situação desesperadora, no sentido de que a relação ia terminar, e então bolou esse plano — afirmou o delegado Luciano Coelho, responsável pela investigação, ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. 

Análise do Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que o agente químico usado para cometer os ataques era ácido sulfúrico. Segundo a delegada Adriana Regina da Costa, entre 15 e 25 de junho o homem alugou três veículos na Capital.

— Nós ainda estamos investigando a motivação dos fatos. Ele afirmou informalmente que teria relação conjugal, aqui na Capital, que teria sido rompida antes dos fatos. Mas não possuía vínculo com as vítimas.

Segundo o delegado Luciano Coelho, o suspeito é empresário e foi identificado há cerca de 45 dias. A partir disso, a polícia passou a coletar provas. Ainda segundo Coelho, há pontos no inquérito que a Polícia Civil deve manter em sigilo, já que não foi feito o reconhecimento pessoal por parte das vítimas.

— Ele, por uma estratégia de defesa, vai se manifestar somente em juízo. Ele admitiu a autoria do delito na sexta-feira à noite. Dá para perceber que ele premeditou todos os fatos. — afirma.

Veículos alugados para despistar

Segundo a delegada Adriana Costa, o primeiro veículo usado pelo criminoso foi um Logan, no bairro Nonoai. Ele teria deixado o veículo estacionado nas proximidades e utilizou uma bicicleta, fato confirmado pelo GPS do veículo.

— Temos comprovação de que esse veículo se dirigiu até Sapucaia, onde ocorreu o furto da placa usado no HB20 — disse a delegada.

O Logan foi devolvido e o suspeito alugou um HB20 branco. Ele permaneceu das 22h30min do dia 20 até as 6h54min do dia 21 na Rua Francisco Bollognesi, bairro Hípica, onde ocorreram os ataques. O veículo também esteve na Rua Santa Flora, das 7h22min até as 7h33min do dia 22. 

O suspeito alugou um terceiro veículo, que se trata de um outro Logan. O automóvel passou nas proximidades de onde foi arremessada uma carta com uma pedra com instruções para arremessar ácido em outras pessoas. 

— Ele também é suspeito de ter arremessado essa pedra. Teria descido do carro e arremessado — disse a delegada. 

Conforme a polícia, foram identificados erros de português na carta, idênticos aos de postagens do suspeito. A perícia confirmou ainda que o HB20 alugado pelo suspeito teve o lacre da placa rompido, e utilizava parafusos diferentes do padrão.


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