Agricultura


Projeto de escola vira sistema para poupar água e aumentar lucro nas lavouras

Ao descobrirem que mais da metade da água no mundo é destinada à agricultura e aproximadamente 70% são desperdiçados na irrigação, três estudantes buscaram solução
25/10/2019 Fonte: Giulia Perachi/ Gaúcha ZH -- Foto: RBS TV / Reprodução

A ideia nasceu sem ambição, com a intenção de somente ser apresentada em uma mostra científica. Mas o sistema pensado por Fabiane Kuhn, 23 anos, e seus colegas Guilherme Ramos e Vinícius Müller, ambos de 21 anos, na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, em Novo Hamburgo, para reduzir perdas na irrigação de lavouras virou negócio, com benefícios para o produtor rural e para o meio ambiente.

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Foi a estiagem de 2014 e 2015 no Sudeste brasileiro, que provocou racionamento de água e esvaziou os reservatórios paulistas, o pano de fundo para o projeto que o trio apresentou na Mostratec, uma das maiores feiras de ciências do Brasil, que acontece anualmente, no mês de outubro, em Novo Hamburgo.

— As pessoas não tinham água. Eu e o Guilherme descobrimos que mais da metade da água no mundo é destinada à agricultura e, aproximadamente, 70% é desperdiçada na irrigação — conta Fabiane.

Será que precisa mesmo ser assim? A pergunta levou os estudantes a criarem um sistema com vários sensores enterrados no solo, que monitoram a umidade da lavoura em tempo real. Toda a comunicação é sem fio. Apenas a central que recebe os dados dos sensores precisa estar ligada à internet. Assim, mesmo de longe, o agricultor consegue acompanhar e decidir o que fazer — após consultar o sistema no celular.

— Quando tem muita água no solo, a planta acaba sofrendo pelo excesso de oxigênio. Quando tem pouca água, obviamente ela acaba sofrendo pela falta de água. Isso afeta a produtividade e o quanto o agricultor vai lucrar lá no final da safra. Reflete em quanto dinheiro ele vai gastar para manter o sistema e em quanta energia elétrica vai ser usada pra manter o sistema de irrigação ligado quando não é necessário — diz Fabiane.

O sistema de monitoramento funciona com placas de energia solar. O que lá no começo era apenas uma ideia conquistou o primeiro lugar na Mostratec em 2015, e o trio foi em outras feiras do mundo. Na Feira Internacional de Ciência e Engenharia, que acontece anualmente nos Estados Unidos, ganharam o terceiro lugar em uma categoria. Também desenvolveram todo o software e a plataforma usados no sistema.

— Desde então, ganhamos mais alguns prêmios e pensamos: o que podemos fazer com isso? Não vamos deixar na gaveta o prêmio. Então, a gente decidiu abrir a empresa. A gente pegou esse sonho com muita garra e quis seguir com ele — lembra Vinícius Muller.

Assim surgiu a Raks, hoje com sede em São Leopoldo, e até o professor orientador do projeto virou sócio. Atualmente, é a única brasileira entre as cinco selecionadas no mundo para um programa de aceleração de pequenas empresas ligadas ao agronegócio, que acontece nos Estados Unidos. A idade da equipe é de 23 anos pra baixo. Um ex-colega de turma foi contratado pra reforçar a equipe.

— O que eu gostei muito é de estar num ambiente superdinâmico, tendo responsabilidades e fazendo alguns desenvolvimentos do produto que, em empresas maiores, com a minha idade, é muito difícil de fazer — conta Gustavo Scherer.

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