Agricultura


Jovens Rurais: “O campo se tornou um lugar melhor de se viver”

Vencedores de prêmio municipal em Frederico Westphalen compartilham motivos pelos quais escolheram a agropecuária para investir ao lado da família. Nos três casos, a boa convivência familiar se destacou, bem como a possibilidade de participar das decisões
30/10/2019 Fonte: Novo Rural

Nos últimos anos a sucessão familiar rural rotineiramente é pautada em rodas de conversa, palestras, seminários, na própria extensão rural ou mesmo em publicações do setor agropecuário. Mesmo que, por obviedade, não haja uma receita pronta, é fato que falar sobre o assunto com pais, filhos e demais elos que formam o setor é fundamental. Afinal, as apreensões de uns podem ser os medos de outros. Na coletividade é possível visualizar novas possibilidades e, porque não, desmistificar aspectos relacionados ao tema.

Nesta edição, a Revista Novo Rural mostra a história de três jovens frederiquenses. Eles são os vencedores do 4º Concurso Jovem Empreendedor Rural, promovido pela Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal da Agricultura, por expressarem com entusiasmo, por meio de cartas, seus desafios de vida envolvendo a propriedade onde moram e as atividades agrícolas e pecuárias que desempenham. O desafio: o que temos a aprender com eles? Um posicionamento é unânime entre os jovens: querem mais do que um trabalho. Eles buscam mais qualidade de vida, gerenciar o próprio negócio, ter acesso a renda e a tecnologias.

Na propriedade de 35 hectares, na linha São Francisco, vive a jovem Debora Sarmento, 18 anos – com a mãe Neiva, 39 anos, o pai Valdecir, 47 anos, e a irmã Helen, 13 anos. A principal atividade da família é a bovinocultura de leite, em que a jovem ocupa funções fundamentais, desde na parte operacional, como na alimentação diária do rebanho, até a parte gerencial, na tomada de decisões. A liberdade de fazer parte da gestão do negócio é uma conquista, até porque, desde pequena sempre acompanhou a rotina dos pais na pecuária.

Debora já teve experiência profissional no meio urbano. Ela considera esse período como decisivo para perceber que o seu lugar era mesmo no campo, onde ela sabia que poderia ser dona do próprio negócio, realidade que não conseguia visualizar fora dali.

–  Voltar para casa foi uma opção, porque além de precisar de mão de obra aqui na propriedade, ia ganhar mais e trabalhar no que é nosso – conta a jovem, que ainda analisa a possibilidade de fazer medicina veterinária depois que concluir o ensino médio.

Os pais também merecem crédito nesta história. Seu Valdecir e dona Neiva sempre incentivaram a inserção das meninas no campo e dão espaço para elas opinarem sobre os negócios, determinando juntos o futuro da família.

–  Conforme a necessidade a gente faz reuniões. Cada um tem a oportunidade de dar a sua opinião. Além disso, cada uma tem o seu salário, que varia de acordo com a produtividade. A gente faz de tudo para que elas escolham ficar. Tudo o que estamos inovando na propriedade é para elas – confidencia o pai, com tom de orgulho por ver suas filhas dando continuidade aos projetos dele e da esposa.

A jovem Debora enxerga no meio rural um futuro promissor e gosta de compartilhar esse sentimento com os outros jovens, porque ela sabe que o incentivo é essencial nesses casos.

–  A mensagem que eu deixo é que não desistam dos seus sonhos. Se tem vontade de ficar em casa, conversem com seus pais, busquem apoio técnico. Sempre vai ter alguém que vai criticar o fato de você ser jovem e morar no interior, mas hoje o campo se tornou um lugar melhor de se viver – defende Debora.

Falando em incentivo

Há quase um ano a família investiu em uma nova estrutura, onde está instalada a sala de ordenha. Isso está facilitando o trabalho diário no manejo de ordenha, que é feito com mais conforto. Atualmente a família conta com 49 vacas em lactação, que produzem em média 25 mil litros de leite/mês. Além disso, estão trabalhando com o planejamento de pastagem para garantir alimento em quantidade e qualidade ao rebanho o ano todo. Esse planejamento na propriedade está atrelado ao trabalho da Emater/RS-Ascar, que há três anos presta assistência à família, inclusive apoiando a participação das meninas em algumas rotinas na propriedade.

– O jovem precisa se sentir útil na propriedade. O Valdecir e a Neiva sempre incentivaram que a Debora e a Helen entendessem todas as decisões tomadas para melhorar o desempenho da atividade. A exemplo da nova estrutura, construída para melhorar o trabalho no dia a dia e para garantir o bem-estar das vacas. Tudo isso foi pensado em conjunto, desde o desenho da sala. Ainda tem mais alguns detalhes para serem ajustados em busca de resultados, mas acredito que estamos no caminho certo – avalia o engenheiro-agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, da Emater/RS-Ascar, que presta assistência à família e vê de perto o quanto os Sarmento evoluíram nos últimos anos em vários aspectos.

O diferencial da assistência técnica na propriedade foi muitas vezes citada por seu Valdecir e dona Neiva durante a entrevista, inclusive por Debora. Segundo eles, a produtividade aumentou mais de 90% depois que começaram a ter acesso às informações fornecidas pela instituição pública.

– O incentivo e o apoio da Emater/RS foi muito importante, tanto para a minha permanência em casa, quanto para os investimentos. Isso nos encorajou a investir na nova sala de ordenha e a planejar outras melhorias. Hoje vemos que foi o melhor a ser feito – conta Debora.


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