Política


República diz que menção a Bolsonaro no caso Marielle foi arquivada

Para Augusto Aras, o caso é um "factoide" e o pedido de Sergio Moro para a investigação das circunstâncias do depoimento do porteiro do condomínio será enviado ao MPF do Rio
30/10/2019 Fonte: GaúchaZH/ Foto: Pedro Ladeira / Folhapress

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a existência de uma menção a Jair Bolsonaro no inquérito do caso Marielle Franco foi enviada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria (PGR), e já foi arquivada. 

 — Por si só, a notícia de fato (que chegou ao Supremo) já encerrava a solução do problema. (O arquivamento ocorreu) porque não tinha nenhuma hipótese (de investigação do presidente) a não ser a mera comunicação (ao STF) — afirmou.

Para Augusto Aras, o caso é um "factoide". 

 — O que existe agora é um problema novo, o factoide que gerou um crime contra o presidente — disse o procurador-geral, que foi nomeado por Bolsonaro e aprovado pelo Senado em 25 de setembro.

Aras também afirmou que remeterá para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro um pedido feito pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta quarta-feira, para que se investiguem as circunstâncias da menção do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa.

Moro diz no documento que há inconsistência nas informações sobre o caso que, segundo ele, sugere equívoco na investigação conduzida no Rio de Janeiro ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente no crime. 

O presidente afirmou nesta quarta-feira (30) que acionou Moro para ver se seria possível que a Polícia Federal tomasse o depoimento de um porteiro do condomínio onde o presidente tem casa no Rio de Janeiro. Segundo reportagem do Jornal Nacional, o ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento no assassinato em março de 2018, disse na portaria que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal, no dia do crime. Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.

Segundo o depoimento do porteiro à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suspeito pediu para ir na casa de Bolsonaro e um homem com voz que ele considerou semelhante à de "seu Jair" atendeu o interfone e autorizou a entrada. O acusado, no entanto, teria ido em outra casa dentro do condomínio.

Bolsonaro quer que Moro investigue as pessoas à frente do Caso Marielle. Ele contou que pediu ao ministro que encaminhasse o assunto à PGR e ressaltou que sabe que a defesa do governo não cabe ao Ministério da Justiça, mas à Advocacia Geral da União (AGU).

— Conversei agora há pouco com o ministro (Moro) para que sejam investigadas essas pessoas que fizeram que constasse nos depoimentos informações que apenas o trabalham o processo e visam me incriminar — disse Bolsonaro. 

Segundo veiculado no Jornal Nacional, o livro de visitantes aponta que, às 17h10min, Élcio informou que iria à casa de número 58. O porteiro disse no depoimento, no entanto, que acompanhou por câmeras a movimentação do carro no condomínio e que Élcio se dirigiu à casa 66, onde mora Lessa.

O porteiro teria ligado novamente para a casa 58; segundo ele, quem atendeu disse que sabia para onde Élcio estava se dirigindo. No depoimento, o porteiro teria dito que, nas duas vezes que ligou para a casa 58, foi atendido por alguém cuja voz julgou ser de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro tem duas casas dentro do condomínio — uma de sua família e outra onde reside um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC).

Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio da guarita do condomínio para saber com quem o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58, segundo o Jornal Nacional.

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