Educação


Professores protestam contra projeto de Eduardo Leite e confirmam previsão de greve para segunda

Manifestação é comandada pelo Cpers/Sindicato no centro da Capital
14/11/2019 Fonte: Tiago Boff/ Gaúcha ZH -- Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS

Entoando cantos contra Eduardo Leite e secretários do governo, milhares de professores ocuparam a Praça da Matriz, em Porto Alegre, e ruas no entorno do Palácio Piratini, a partir da manhã desta quinta-feira (14).

Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), mais de 50 ônibus vindos do interior do Estado passaram pela Avenida Alberto Bins, contagem realizada antes das 11h.

— Esse projeto vai desmontar nosso plano de carreira — definiu Julci Machado, 47 anos, professora há 19 anos em uma escola de Ensino Fundamental de Três Cachoeiras, no Litoral Norte.

A orientação repassada pelo Cpers/Sindicato hoje foi de não haver aula nas escolas estaduais em todo o RS. No ato, o sindicato confirmou greve a partir de segunda-feira. A paralisação havia sido votada em 27 de setembro e aprovada para o caso de o governador ter aprovado o projeto.

— Nós vamos fechar as escolas. Os alunos estão conosco. Eles (governo) verão a maior greve que esse Estado já teve. É guerra que Leite quer? É guerra que ele vai ter — discursou a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.

Para a professora de história Márcia Rossetto, 45 anos, “nenhum ponto do projeto pode ser defendido”. Háa 28 anos em sala de aula, a docente teme ser prejudicada ao chegar à aposentadoria, e critica o que é chamado de “penduricalhos” pelo governo, segundo ela.

— O que o governador chama de "penduricalho" é o que nos sustenta. Tem professor passando fome, que não tem dinheiro pra ir trabalhar — desabafa, ao lado do caminhão de som onde sindicalistas do Cpers discursam.

O projeto apresentado pelo governo, que muda o plano de carreira dos professores é o alvo das críticas. “Vamos derrotar o governo”, “viva aos trabalhadores” e “Fora Leite” estão entre os brados ao microfone.

A isenção de impostos para grandes empresas também foi citada como uma forma de arrecadar valores, “em vez de cortar da categoria”, como justificou uma manifestante.

— Se alguém tem que pagar a conta, não é o magistério. Faz anos que estamos pagando essa conta, sem reajuste e com salário parcelado — desabafou a pedagoga Márcia Conceição, 57 anos.

Um abaixo-assinado foi distribuído entre os manifestantes, pedindo aos deputados que não aprovem o projeto apresentado.

O professor de educação física Fabio Pereira, 51 anos, segura um cartaz com a frase “Defender a educação pública”. Ele afirma que teve de vir a pé em parte do trajeto da Zona Norte até o Centro.

— Pago as contas do jeito que dá, mas é bem difícil. Eu peguei um ônibus, porque não tinha dinheiro da passagem do outro. Desci e vim a pé por quase uma hora.

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