Agricultura


A importância social do tabaco

Lavoura leva sustento para 159 mil famílias brasileiras
16/12/2019 Agrolink

O tabaco é uma cultura polêmica. De um lado as campanhas e políticas contra o cigarro. De outro famílias de pequenos agricultores que retiram da lavoura o sustento e não encontram nada que seja tão rentável por hectare. O Brasil é líder no mercado mundial de tabaco.  Conforme o Ministério da Economia, no ano passado foram embarcadas 461 mil toneladas, sendo quase a totalidade (457 mil toneladas) da Região Sul. 

O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional. São 75 mil produtores em 227 municípios que plantam 142 mil hectares e têm colheita de 312, 5 mil toneladas. No país outros 13 estados também produzem, em regiões como o Nordeste. Por ano o tabaco geram, em média, R$ 5,9 bilhões em receita. O setor gera um total de 2 milhões de empregos diretos e indiretos envolvendo lavoura e indústria.

Essa cadeia é segunda que mais gera recursos para a economia brasileira ficando somente atrás da soja e é responsável por manter os jovens no campo, na sucessão familiar. O índice de abandono no campo é menor justamente pelo perfil familiar da cultura. Nos últimos anos a tecnificação também vem auxiliando na atividade com máquinas de plantio, mudas no sistema floating, estufas de secagem elétricas, máquinas de colher e, em muitos casos, já há presença de irrigação. O vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (AmproTabaco), Rudinei Harter, destaca a importância econômica e social da fumicultura. “O fumo é muito importante para a economia dos municípios não só porque gera impostos mas porque impacta nas famílias com mais renda e qualidade de vida”, diz.

Safra em baixa

A safra de tabaco não vai muito bem. Problemas com o clima afetam as lavouras. A estiagem comprometeu grande parte do Centro-Sul gaúcho e municípios da região já estudam o decreto de emergência como forma de subsidiar os custos. O impacto é sentido não somente no tabaco mas nos cultivos auxiliares como milho e feijão.  Na média nacional a quebra deve girar em torno de 3% e no Rio Grande do Sul pode chegar a 20%.

Diante desse cenário o que o produtor espera é pelo menos um bom preço na comercialização. Nesta semana uma rodada de negociação entre entidades do setor e empresas fumageiras terminou sem sucesso. As empresas descumpriram a Lei da Integração que diz que o preço deve ser definido sempre no mês de dezembro. As empresas alegaram não ter como estipular uma tabela de preço porque não há volume significativo de colheita. A proposta das entidades é de realizar o custo de produção em conjunto com as empresas para dar prosseguimento à negociação do preço. Esta apuração do custo de produção bem como as negociações devem retornar apenas em janeiro, após as férias coletivas das empresas.

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) orienta o produtor a estar junto na hora da classificação do produto na indústria e vai batalhar por um reajuste na tabela de preço e por melhores classificações da classe na hora da venda. “Iniciamos a negociação e estamos com dificuldades de sensibilizar as empresas . Como manter os preços de exportação se quem dita tudo é o mercado internacional e o dólar?”, explica o presidente da entidade, Benício Werner. Para o deputado federal Heitor Schuch o que foi perdido pelo clima não pode ser recuperado. “A safra este ano sofre com as intempéries. Que as empresas saibam fazer uma negociação justa e reconhecer a dificuldade do produtor”, defende.

Colheita para celebrar o produtor

A III Abertura Oficial da Colheita do Tabaco já está no calendário do Rio Grande do Sul. O evento é uma celebração das entidades da fumicultura em homenagem ao trabalho do produtor de fumo. Neste ano o município de Arroio do Tigre, na Região Centro-Serra, recebeu autoridades, governo, associações do setor e produtores na última sexta-feira (13). O município é o 15º maior produtor brasileiro e 9º gaúcho, cultivando a variedade Burley.  São 2.509 produtores que produziram 9.511 toneladas na safra 18/19, em 4,504.

O senador Luis Carlos Heinze destacou o potencial da região e do Estado. O tabaco representa quase 10% das exportações gaúchas. “É uma atividade extremamente importante. São lavouras pequenas. O sistema integrado é muito importante e, certamente, temos uma das lavouras mais sustentáveis do Brasil”, completa.

Para o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, o evento é um reconhecimento à atividade. ”Mais do que economia é o social do fumo. Precisamos valorizar o produtor. Ele é o primeiro elo e ele tem que funcionar para toda a cadeira funcionar”, defende.

Confira como foi o evento e as expectativas de produtores e entidades para esta safra na reportagem em vídeo:


Deixar um comentário

MAIS NOTÍCIAS

FACEBOOK

Closet da Bruhsuper serrano

NEWSLETTER

Informe seu e-mail e fique por dentro das nossas novidades!

wolcedj arAline Rosiak

PREVISÃO TEMPO

HORÓSCOPO

COTAÇÃO AGRÍCOLA

INSTAGRAM

PODCASTS