Saúde e Bem Estar


Verão é propício para alta de casos de dengue, chikungunya e zika; veja como prevenir

Chuvas e despreocupação com eliminar criadouros do Aedes aegypti aumentam o risco de contrair algumas doenças
03/01/2020 GaúchaZH

O verão chegou e, com ele, uma preocupação: a incidência das doenças típicas da estação. Dengue, vírus da zika, chikungunya e até a febre do mayaro – em circulação no Rio de Janeiro – trarão mais preocupação nos primeiros meses de 2020, segundo especialistas.

Nova no Brasil, a febre do mayaro é transmitida por mosquitos silvestres, que vivem em matas e nas copas das árvores, como o haemagogus, o mesmo da febre amarela silvestre. Os sintomas são semelhantes aos da chikungunya (febre, dores de cabeça e muscular, além de manchas avermelhadas na pele).

— O verão traz o maior risco devido às chuvas associadas ao comportamento das pessoas, que estão relaxadas e não se preocupam em eliminar os criadouros do Aedes aegypti — afirma Melissa Palmieri, especialista em vigilância em saúde e coordenadora-médica do Grupo Pardini.

Desde 2016, o Rio Grande do Sul não registrava um número tão grande de casos de dengue como no ano passado. Em 2019, foram 4.057 notificações à Secretaria Estadual da Saúde (SES), sendo 1.338 confirmadas. Destas, o que mais chama a atenção é o número de transmissões autóctones, ou seja, ocorridas dentro do território gaúcho – foram 1.180 confirmações deste tipo, o que chega a 88% do total.

Melissa reforça a importância de se eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti semanalmente.

— Não adianta cobrar do governo se enquanto cidadão você não faz a sua parte. A população não aderiu à ideia de que tem obrigação de cuidar da própria casa.

A médica dá outras dicas.

— Geralmente, a picada do Aedes acontece às 8h e por volta das 16h. É um mosquito que gosta de cor escura e odor forte, como o chulé. Use repelente nestes horários e cores claras.

Outras doenças

Além das arboviroses, grupo que agrega dengue e chikungunya, outras doenças têm circulação maior no verão, como as diarreias, os quadros virais, dermatites, conjuntivites, bicho geográfico e as lesões de pele (micoses de unha e até erisipela, que é muito comum nesta época).

As doenças diarreicas ocorrem quando há a ingestão de alimentos e água contaminados. Têm como principais causas os enterovírus, principalmente rotavírus e norovírus, e as bactérias, como a escherichia coli patogênica e a salmonella, entre outras.

É possível evitá-las adotando medidas simples de higiene. Lavar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos, guardá-los em recipientes fechados, higienizar alimentos crus, consumir os alimentos cozidos imediatamente após o preparo e em temperatura quente; beber água potável, guardar as sobras em geladeiras e sempre reaquecê-las antes de consumir são algumas atitudes preventivas.

O bicho geográfico é contraído na praia. Os médicos recomendam evitar ficar descalço na areia, principalmente perto do calçadão onde a incidência de fezes e urina de animais domésticos é maior. Em condomínios, o ideal é cobrir os brinquedos do playground para impedir que cães e gatos sujem o local.

No verão, aumenta a circulação do vírus da conjuntivite. Coçar os olhos sem lavar as mãos, frequentar piscinas e aglomerações e compartilhar objetos de uso comum aumentam as chances de contágio da doença.

Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luiz, de São Paulo, recomenda redobrar os cuidados com a higiene, principalmente se viajar a locais com muita chuva.

— Hidrate-se, lave bem as mãos e evite água de bica. Beber água que não é potável aumenta o risco de hepatite A. As águas de enchente podem transmitir leptospirose se o local for infestado por roedores. Quem gosta de acampar deve tomar cuidado com carrapatos. O contato causa a febre maculosa — alerta.

Outra dica é usar repelentes com icaridina (princípio ativo derivado da pimenta), se vestir com calça e blusa comprida. E mais: evite roupas escuras, porque atraem o mosquito.

Doenças do verão

Arboviroses

Dengue, zika, chikungunya, febre amarela e febre do mayaro.

  • Transmissão: picada do mosquito Aedes aegypti
  • Como ocorre: o mosquito é atraído por odores fortes e cores escuras; costuma picar as pessoas por volta das 8h e 16h
  • Prevenção: elimine criadouros – retire a água acumulada em pratos de plantas, pneus, telhas etc.

Febre do mayaro

  • Transmissão: o mosquito haemagogus, o mesmo da febre amarela silvestre

Doenças diarreicas

  • O que são: ocorrem quando há a ingestão de alimentos e água contaminados
  • Transmissão: enterovírus e bactérias

Prevenção

  1. Lave as mãos antes de preparar ou consumir alimentos
  2. Guarde os alimentos em recipientes fechados
  3. Higienize alimentos crus
  4. Consuma alimentos cozidos imediatamente após o preparo e em temperatura quente
  5. Beba água potável
  6. Guarde as sobras em geladeiras e sempre reaqueça antes de consumir

Bicho geográfico (verme)

  • Prevenção: não ande descalço na areia da praia; em condomínios, cubra os brinquedos do playground para impedir que cães e gatos depositem fezes e urina no local.

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