Nascidos na Alemanha e especialistas em identificar materiais ilícitos em aeroportos: os cães da PF
Os cães da Polícia Federal que deslizam as patas sobre as esteiras de malas no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, são capazes de detectar drogas até em embalagens fechadas a vácuo. Para prevenir o fluxo de narcóticos, dois pastores alemães e um Pastor Belga Malinois fazem o trabalho de verificação nos terminais aéreos e nos Correios.
No Salgado Filho, identificam drogas especialmente nos trajetos Porto Alegre/Lisboa, única conexão direta da Capital com Europa, e no trecho recém inaugurado Porto Alegre/Cabo Verde.
Os três cães da PF gaúcha nasceram na Alemanha e receberam treinamento em Brasília. Dois deles são especializados identificar drogas e um em explosivos.
— Todos nossos cães são de origem europeia e passam por uma seleção bem forte. Têm genética e pedigree muito bons para este tipo de trabalho — salienta Felipe Contino, veterinário e policial federal, chefe do canil PF no RS.
Primeiro, o animal precisa ter vontade de achar a bolinha. Gosto por brincar. Depois, substituímos a bolinha pelo odor. E se ele detectar o cheiro que a gente quer, ele é premiado com a bolinha. Essa é a relação que a gente faz. Por isso, o trabalho é uma eterna brincadeira. FELIPE CONTINO - Veterinário e policial federal, chefe do canil PF no RS
Solicitados para atuar em operações da PF em todo Estado, os cães conseguem identificar, em muitos casos, ilícitos que nem o raio X de aeroportos detecta. A pastor belga malinois Bo, de oito anos, já conseguiu detectar drogas escondidas em uma embalagem lacrada de tintura de cabelo. Ao detectar o odor, os cães deitam ou sentam. A Bo atende comandos em alemão, devido às tônicas fortes do idioma.
A identificação de explosivos por cães não é algo comum no Brasil. Luna, uma pastor alemão de oito anos, demonstrou a precisão da sua habilidade em identificar pólvora na visita do presidente Jair Bolsonaro a Pelotas, em agosto. Na oportunidade, fez a inspeção de todos os carros do comboio do Palácio da Alvorada e em um deles, a cachorra identificou cartuchos de armas de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI):
— Não eram bombas, porém, demonstra a eficácia do cão na prática. É um material próprio da segurança do presidente que continha pólvora e a cachorra identificou.
Um cão da PF deve ser dócil, mas não medroso. Ativo, sem ser agitado. Com um ano de idade, ele passa a receber treinamento voltado para odores e, ao chegar em Porto Alegre, já está pronto para trabalhar.
— Primeiro, o animal precisa ter vontade de achar a bolinha. Gosto por brincar. Depois, substituímos a bolinha pelo odor. E se ele detectar o cheiro que a gente quer, ele é premiado com a bolinha. Essa é a relação que a gente faz. Por isso, o trabalho é uma eterna brincadeira — explica Felipe.
Uma das facilidades de usar o cão, sinaliza Felipe, é de que ele otimiza às buscas do policial. Ao inspecionar malas, por exemplo, um agente precisaria abrir bagagem por bagagem, enquanto o cão faz uma indicação mais rápida e precisa.
Os três cães da Polícia Federal
Bo, 8 anos
Raça: pastor belga malinois
Onde nasceu: Alemanha
Especialidade: identificar drogas ilícitas
Jocky, 7 anos
Raça: pastor alemão
Onde nasceu: Alemanha
Especialidade: identificar drogas ilícitas
Luna, 8 anos
Raça: pastor alemão
Onde nasceu: Alemanha
Especialidade: identificar explosivos