Dupla Grenal


Eduardo Coudet é a mudança de paradigma no Inter em 2020

Treinador chama a atenção da direção colorada desde os primeiros dias de trabalho
11/01/2020 GauchaZH - Leonardo Oliveira

Mais do que um técnico estrangeiro, o argentino Eduardo Germán Coudet, 45 anos, representa ao Inter uma mudança de paradigma. Uma forma de pensar o futebol pela mão contrária, que não me lembro de ter visto aqui por esses pagos. O Inter adotou como ponto de partida o técnico e, a partir de suas ideias e conceitos de jogo, tratou de construir um time que recoloque o clube na rota dos títulos em 2020. 

 Tudo, hoje, no Beira-Rio passa por Coudet. Nenhuma contratação ou dispensa é feita sem que o argentino seja ouvido. A conversa, geralmente, é rápida.

— Fulano de tal, serve? — pergunta o dirigente.

— No — responde o técnico, e avança-se para o próximo nome.

Se o jogador se encaixa no perfil traçado pelo técnico, o papo se alonga. Até porque chama a atenção da direção o domínio sobre o mercado brasileiro que ele tem. O caso de Thiago Galhardo, por exemplo. O Inter recorreu ao Capa (Centro de Análise e Prospecção de Atletas) e formou uma lista de jogadores que pudessem ser úteis tanto no meio-campo quanto quanto atuando de segundo atacante. Galhardo estava entre eles. Houve uma filtragem, e o nome do meia do Ceará foi apresentado ao argentino. Que já o conhecia por tê-lo visto pelo Vasco.

Aqui, uma outra particularidade sobre as mudanças de procedimentos no departamento de futebol. O Capa passou a ser muito mais acionado e tem atuado de forma direta nas contratações. Nenhum passo é dado sem que o dirigente esteja amparado pelos dados extraídos dos softwares de análise de jogadores do clube. O clube abortou por completo a ideia de contratar apenas pela intuição ou através do empirismo.

Até porque quem chegar será para se encaixar em uma filosofia de jogo. O modelo de negócios que serão feitos está cristalizado em Rodinei. Vamos combinar que ele está longe de ser o lateral-direito dos sonhos. Porém, trata-se de um jogador com o perfil traçado por Coudet para o seu time: tem vigor físico, velocidade, intensidade e capacidade orgânica para cumprir as tarefas de um time que terá as linhas avançadas e marcará na frente.

O lateral sonhado para o lado esquerdo segue o mesmo perfil. Moisés, 24 anos, se destaca mais pela força do que pelo virtuosismo. Aliás, é ele que ponteia a lista do Inter, que praticamente abandonou a ideia de Dodô, do Cruzeiro.

Pode-se dizer que o Inter de Coudet começa pelos flancos. Numa conversa rápida com dirigentes do clube, eles resumem que  argentino idealiza um time que tenha força nas beiradas do campo, o que explica a busca por nomes como Rodinei e Moisés, um meia central que possa refinar o jogo e uma defesa marcada pela solidez. Há uma projeção (até porque os treinos técnicos não se iniciaram) de que Edenilson e Patrick possam ser os meio-campistas pelos lados na linha de três à frente de Musto, trazido para ser o guardião da zaga e a extensão do técnico em campo. A esperança no clube é de que o argentino consiga potencializar as virtudes de Patrick e Edenilson. Aliás, essa foi a estratégia ao fazer do técnico a grande contratação.

— O Inter contratou uma ideia de jogo. Ela precisa ser completa, ou seja, não podemos trazer um técnico que tenha um modo de pensar e entregar a ele jogadores que não se encaixem nisso — repetem os dirigentes em todas as conversas sobre Coudet.

Os primeiros dias do argentino no Beira-Rio fazem a direção suspirar. Segundo relatos, trata-se de um sujeito de bom trato, afável, mas objetivo, que não dá tempo para devaneios ou conversas mais alongadas. Chamou a atenção a disposição para o trabalho. “É um workaholic”, definiu um dirigente. Quando não está no campo, passa tempo assistindo a vídeos ou analisando o material que o clube coletou no Capa e lhe entregou para acelerar a ambientação ao clube e ao futebol brasileiro. Que precisa ser rápida. O Inter começa a definir o rumo do seu 2020 em 4 de fevereiro. Uma urgência que não é única. Afinal, é preciso acabar com a seca de títulos. O último foi o Gauchão de 2016, um ano que precisa ficar no passado.

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