Geral


Do canudo de metal ao copo retornável: as iniciativas que contribuem com o meio ambiente na beira da praia

No Litoral Norte, legislação e consciência ajudaram a eliminar ou diminuir o uso do plástico
25/01/2020 GauchaZH

Você já se sentiu mal por usar itens de plástico na beira da praia? Ao tomar uma caipirinha com canudo, lembrou do vídeo que viralizou nas redes sociais em 2018 ao mostrar a agonia de uma tartaruga na Costa Rica que teve um canudinho retirado de dentro de uma narina?

Se as respostas forem "sim", saiba que há alternativas para ser sustentável no veraneio.

No litoral norte do Estado, o comércio está atento à diminuição do uso de produtos de plástico. Além da proibição dos canudos – o grande vilão da vida marinha –, iniciativas à beira-mar agradam veranistas e impedem que produtos como copos, por exemplo, sejam consumidos em massa e agridam o ambiente de forma desenfreada. 

Veja a seguir cada praia que está fazendo a sua parte.

Imbé


Em Imbé, o engajamento da população no combate ao uso de plástico é estimulado tanto em estabelecimentos à beira-mar quanto na areia. Próximo à guarita principal do Corpo de Bombeiros da cidade, uma grande estrutura metálica em formato de peixe serve de depósito para garrafas pet. 

A cidade foi a primeira do Litoral Norte a abolir o uso de canudos plásticos. Desde 1º de dezembro de 2018, restaurantes, lanchonetes, bares, barracas de praia e vendedores ambulantes não podem utilizar o item, sob pena de multa (de R$ 500 a R$ 2 mil) e até cassação de alvará, em caso de reincidência. Até agora, quatro estabelecimentos foram notificados.

No município, apenas o canudo biodegradável é permitido: demora cerca de dois anos e seis meses para se dissipar na natureza.

O outro, feito basicamente de polipropileno ou poliestireno (que são tipos de plástico), pode levar até 500 anos para se desmanchar e, caso o vento leve para o mar, pode parar dentro da narina ou do estômago de um animal.

Na orla, dois quiosques oferecem alternativas. No Bar do Espartano, são vendidos canudos de metal, copos reutilizáveis e sacolas de pano. O kit canudo e copo custa R$ 10.

— Começamos neste veraneio a usar o canudo de aço inox. Mandamos fazer 500 para os três bares que temos e, na semana passada, acabou. A gente explica para os clientes a situação, sobre a consciência do uso do plástico, e a maioria compra a ideia — conta Igor Bastos de Macedo, 22 anos, proprietário do quiosque.

Apurou-se que cada canudo de metal custa, em média, R$ 5 para o bar. A diferença para os de plástico é muito grande: cem unidades sai por R$ 3. Já a centena do biodegradável sai por R$ 3,50.

Desde o verão de 2018, todos os clientes do quiosque Secret recebem canudo de papel sem custo extra. O bar também trabalha com copos retornáveis, que podem ser levados para casa ou devolvidos.

— Oferecemos nossos copos e acrescentamos R$ 5 ao pedido. Se o cliente quiser, pode levar para casa. Senão, devolvemos o dinheiro. A maioria compra, leva e, depois, carrega pela praia em outras ocasiões — disse Audrey Kollert, funcionária do quiosque.

Para cada mil canudos de papel, o bar desembolsa R$ 250.

— Essa é a tendência a partir de agora. O que é R$ 5 para quem está na praia, curtindo? — disse Leonardo Meneghetti, ao lado de Alexia Kohler - o casal de Porto Alegre veraneia em Imbé e é cliente fixo do local.

Capão da Canoa

Uma legislação para controlar o uso desenfreado de plásticos na praia de Capão da Canoa ainda está sendo estudada pela prefeitura. A ideia é englobar não só canudos, mas copos e outros plásticos, fazendo um trabalho de conscientização para diminuir o consumo.

Elisabete Silveira da Silva, sócia do quiosque Acapulco 13, diz que já há um movimento entre os comerciantes para usar o canudo biodegradável.

— Hoje, estou sem porque está em falta na minha fornecedora — lamenta Elisabete, citando que a centena dos canudos de decomposição mais rápida custa cerca de R$ 7 a mais.

O item biodegradável é única opção no quiosque de Márcia Liliana Holderbaum, 40 anos.

Ela conta que, nesse ano, primeiro verão do estabelecimento, já nota a rejeição ao plástico na praia:

— A gente vê a preocupação dos veranistas, que chegam perguntando se o canudo é biodegradável. Tem gente que nem pega canudo. Os copos plásticos, por enquanto, seguimos usando. É mais difícil eliminar.

Tramandaí

Este veraneio começou diferente em Tramandaí, com a eliminação do uso de canudos de plástico. Antes mesmo da lei, sancionada em maio de 2019, a prefeitura já condicionava o licenciamento dos quiosques à proibição do material.

A mudança na cultura já pode ser vista na beira-mar: quiosques optaram pelo canudinho biodegradável, embalado em papel, e comerciantes tomaram como hábito perguntar aos clientes se querem ou não o objeto na bebida.

— A gente pergunta, e geralmente os clientes pedem sem canudo, mesmo o biodegradável. Não querem mais plástico. Vendo pamonha e servia com garfo e bandeja, hoje, pedem sem nada — revela Claudia Oliveira, proprietária do quiosque Mar Verde, próximo à plataforma.

A pedido da prefeitura, a comerciante, que está há 13 anos na beira da praia, fez cursos na área em que atua – um deles exclusivamente voltado a questões sobre o ambiente. Ela admite que a mudança afeta seu bolso.

— Pretendo, no futuro, investir mais. Queria colocar copo de papel ao invés de plástico, mas sai muito caro. Dependendo da bebida, ofereço de vidro. Se tivesse alguém que propusesse uma parceria com a gente, dos quiosques, talvez pudéssemos eliminar o copo plástico — sugere.

Deixar um comentário

MAIS NOTÍCIAS

FACEBOOK

Janovik materiais de ConstruçãoBetty Unhas

NEWSLETTER

Informe seu e-mail e fique por dentro das nossas novidades!

Aline Rosiakdj ar

PREVISÃO TEMPO

HORÓSCOPO

COTAÇÃO AGRÍCOLA

INSTAGRAM

PODCASTS