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Sete anos depois da tragédia na boate Kiss, familiares de vítimas exigem justiça

Pais de vítimas e sobreviventes do incêndio voltaram a se reunir diante do que restou da antiga casa noturna
27/01/2020 GaúchaZH

Cansados da impunidade, pais de vítimas e sobreviventes do incêndio na boate Kiss voltaram a se reunir, na noite deste domingo (26), diante do que restou da antiga casa noturna, em Santa Maria, para exigir justiça. Passados sete anos, nenhum responsável está preso e o julgamento dos quatro réus do caso, previsto para começar em 16 de março, está no centro de um imbróglio jurídico (veja detalhes abaixo).

O incêndio que assombrou o país teve início às 2h30min de 27 de janeiro de 2013 e provocou a morte de 242 jovens. Mais de 600 pessoas conseguiram sair vivas da danceteria, mas muitas delas guardam sequelas irreversíveis.

Organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), a vigília em memória dos mortos teve início no fim da noite, em clima de tristeza e indignação. Vestindo camisetas estampadas com fotografias dos filhos, o grupo de cerca de cem pessoas percorreu em silêncio os 450 metros da Praça Saldanha Marinho, no centro, até a Rua dos Andradas.

Em frente à fachada da Kiss, envelhecida e coberta de grafites, pais e mães rezaram e prestaram homenagens. Um coração foi pintado no asfalto e iluminado com velas. Frases como "a impunidade enlouquece" e "a corrupção mata" estamparam camisetas pretas confeccionadas especialmente para a ocasião. 

– Não podemos esquecer do que aconteceu. É por isso que estamos aqui, para pedir punições. Essa demora da justiça tem o gosto amargo da injustiça. Não aguentamos mais esperar. O julgamento não vai trazer nossos filhos de volta, mas vai trazer um pouco de alívio – disse Flávio Silva, presidente da entidade.

Muitos pais não compareceram. A comunidade de Santa Maria também não abraçou as famílias como outrora. A fadiga, depois de sete anos, é visível. Para quem segue na associação, a falta de apoio é motivo de incompreensão.

— As pessoas ficaram apáticas. É triste. Eu estou aqui, não só por causa da minha filha, mas porque eu não quero que se repita. E, infelizmente, vai acontecer. Sem punições, vai acontecer — desabafou Ligiane Righi da Silva, mãe de uma das vítimas sepultadas pela Kiss.

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