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OMS corrige e eleva a avaliação de risco internacional do coronavírus

Entidade alterou de "moderado" para "elevado" o nível de ameaça do novo vírus para o mundo. Número de casos pode superar 40 mil, alertam cientistas de Hong Kong
27/01/2020 GaúchaZH

A Organização Mundial da Saúde (OMS) corrigiu nesta segunda-feira (27) sua avaliação do risco do coronavírus que surgiu na China, considerando elevado para o nível internacional, depois de tê-lo descrito como moderado por "erro de formulação".

Em seu relatório sobre a situação, publicado nas primeiras horas desta segunda-feira, a OMS indica que sua "avaliação de risco (...) não mudou desde a última atualização (22 de janeiro): muito alto na China, alto no nível regional e em todo o mundo".

Em relatórios anteriores, a agência especializada das Nações Unidas apontou que o risco global era "moderado". 

"Foi um erro de formulação nos relatórios de 23, 24 e 25 de janeiro, e nós o corrigimos", explicou à AFP uma porta-voz da instituição com sede em Genebra.

Cientistas de Hong Kong afirmaram que o número de casos do vírus de Wuhan pode superar 40 mil. Com base em modelos matemáticos da propagação do vírus, a equipe antecipa que o número real de contágios é muito superior ao balanço das autoridades, que considera apenas os casos formalmente identificados.

Na última quinta-feira (23), a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional".

"Ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que viajou para a China.

A OMS só utiliza esse termo para epidemias que exigem certa reação global, como a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que atingiu parte da África Ocidental entre 2014 e 2016 e República Democrática do Congo desde 2018.

Da família dos coronavírus, como o SARS, o vírus 2019-nCoV causa sintomas gripais em pessoas que o contraíram e pode levar à síndrome respiratória grave.

Até agora, pelo menos 81 pessoas morreram das mais de 2,700 que foram infectadas na China desde o seu surgimento, no final de dezembro.

Desde então, se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália.

Com o surto de SARS (2002-2003), a OMS criticou Pequim por ter demorado a alertar e tentar esconder a verdadeira extensão da epidemia.

A OMS também foi criticada nos últimos anos. Considerada alarmista por alguns durante a epidemia do vírus H1N1 em 2009, foi acusada, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2014), de não ter calibrado a verdadeira extensão da crise.

Esclareça suas dúvidas sobre o coronavírus

O que é?

O  coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias,  como resfriado e pneumonia. Versões mais graves do coronavírus causam  doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars,  sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China  e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é  uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica, e o medo é de uma  pandemia global.

Quais os sintomas?

Dentre os possíveis sintomas estão febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia.

O vírus é transmitido facilmente?

David  Heymann, da OMS, afirmou que a transmissão é mais fácil do que se  pensava, informou a rede de televisão norte-americana CNN. Antes,  imaginava-se que era apenas por contato entre saliva e mucosa. Agora, as  evidências apontam que o vírus passa de forma mais distante, como  quando alguém tosse no rosto de outra pessoa. No entanto, ele destacou  que não há evidências de que o vírus se espalhe pelo ar, dentro de um  cômodo, como é o caso da gripe.

Onde surgiu?

Na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China.

Como surgiu?

A  origem possível é um mercado de peixes e frutos do mar. Um estudo  apontou que o hospedeiro inicial pode ser morcegos, mas que há  possibilidade de existir outro animal como hospedeiro intermediário.

Como ele é transmitido?

De  animal para pessoa e de pessoa para pessoa. Segundo o governo chinês, o  vírus pode se modificar e ser transmitido. Segundo o CDC, pessoas mais  velhas e doentes parecem ter maior risco.

Como é o tratamento?

Não  há tratamento contra o coronavírus em si, apenas contra os sintomas.  Pacientes tomam remédio para baixar a febre e podem receber máscara de  oxigênio para respirar melhor, por exemplo.

Preciso me preocupar com a chegada do vírus ao Brasil?

Segundo  o Ministério da Saúde, não há caso suspeito no Brasil. No Rio Grande do  Sul, um possível caso foi descartado. Não há transmissão fora da China.

Quais os cuidados?

Lavar  as mãos (sobretudo quem passar por aeroportos), evitar contato dos  dedos com mucosas do nariz, olhos e boca. É recomendável usar álcool em  gel.

A vacina contra a gripe protege?

Não. Segundo Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos  de Vento e professor da UFRGS, o vírus da gripe não é o coronavírus, e  sim o influenza. Portanto, a vacina regular tomada antes do inverno não  protege.

Por que o nome coronavírus?

 Visto de um microscópio, o coronavírus parece uma coroa ou auréola. Em inglês, coroa é "crown".

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