Saúde e Bem Estar


Ministério da Saúde recomenda "etiqueta respiratória" contra o coronavírus no Carnaval

Ministro Luiz Henrique Mandetta disse nesta quinta-feira que a pasta não planeja ações de combate à doença para os dias de folia
07/02/2020 GaúchaZH

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta quinta-feira (6) que a pasta não planeja ações para o Carnaval relacionadas ao coronavírus. "Deixa o Carnaval", brincou ao ser questionado por secretários de saúde sobre ações que poderiam estar previstas. Em seguida, porém, recomendou a Estados que orientem medidas de "etiqueta respiratória" comuns para evitar outras doenças.

— Carnaval é vida que segue. O que estamos colocando é etiqueta respiratória. Lavar as mãos várias vezes ao dia, se for espirrar, colocar o cotovelo na frente. Tentar falar isso no Carnaval a gente fala, que a pessoa tem que ter um pouco mais de etiqueta (respiratória) no Carnaval. Mas não conheço ainda o impacto disso — disse.

Em tom de brincadeira, direcionou sua fala aos secretários:

— Vocês que são secretários estaduais, dialoguem com os seus carnavalescos e peçam um pouco mais de etiqueta carnavalesca, mais aqueles bailes de salão de antigamente, colombina, menos pipoca atrás do trio elétrico. Não sei como vocês vão fazer, façam do seu jeito. Mas não tem eficácia nenhuma a gente ter esse tipo de coisa (restrições), senão daqui a pouco vão falar para o futebol, para o avião — afirmou.

No encontro, Mandetta também descartou a possibilidade de campanhas específicas em relação ao coronavírus. 

— Seria um gasto de uma situação que ainda não se põe — justificou. 

Mesmo sem casos confirmados de coronavírus, representantes do Ministério da Saúde se reuniram nesta quinta-feira com secretários de saúde de Estados e capitais para discutir ações para controle. O objetivo é preparar a rede de saúde diante da possibilidade de chegada do novo vírus ao país.

— É uma nova empreitada em que somos colocados à prova — disse Mendetta no início do encontro o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame. O ministro completou afirmando que o Brasil está "sendo aprovado" a essa prova.

Situação dos Estados

De acordo com o Ministério da Saúde, os Estados já finalizaram planos de contingência em ocorrências de casos confirmados da nova doença. Após o encontro, a previsão é de que versões atualizadas de cada plano sejam apresentadas à pasta até terça-feira (11).

No encontro, parte dos secretários de saúde ainda citou preocupação com a possibilidade de falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), devido ao aumento na demanda dos fornecedores, e com a aquisição de insumos que antes eram comprados da China, em função do risco de que o país suspenda parte da produção.

Em resposta, representantes do Ministério da Saúde disseram que finalizam um edital para compra de EPIs, como luvas, touca e máscaras. A previsão é que sejam gastos R$ 140 milhões.

Conforme Mandetta, apesar de não ter casos confirmados, a pasta tem trabalhado com um cenário "intermediário" de impacto para planejar ações. 

— Temos desde o cenário de que não vai ter nenhum caso, um intermediário e um cenário de risco elevadíssimo. Temos trabalhado com o intermediário. Esse deve ser o tom da cautela — explicou o ministro.

Questionado sobre a possibilidade de enviar mais recursos a Estados para vigilância, Mandetta disse que o governo está aberto a discutir o tema em caso de necessidade, mas não citou valores.

Campanha de vacinação contra a gripe deverá começar em março

No encontro, secretários de saúde de algumas cidades pediram ao Ministério da Saúde para que a campanha de vacinação contra a gripe ocorra mais cedo neste ano. Atualmente, a maioria dos casos de suspeita de novo coronavírus já descartados têm dado positivo para os vírus da da gripe, como influenza B e influenza A.

— A influenza já está circulando, e fazer a vacina ajuda a ter uma população imunizada. As pessoas colocam foco no coronavírus, mas sabemos que a influenza tem foco grande na nossa população — justificou a secretária de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. Para ela, a medida pode ajudar a evitar confusão no diagnóstico com o novo coronavírus.

Questionado, o ministro afirmou que a estratégia está prevista para março, mais cedo do que o ano anterior, mas negou que a medida tenha relação com o novo vírus. Segundo ele, a medida já era planejada. A data ainda não está definida. Em geral, a vacina protege contra três tipos de gripe mais frequentes em cada ano no mundo.

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