Política


Leite critica postura de Bolsonaro: "Quem manda no país é a Constituição Federal"

Governador diz que receber milhões de votos não dá a ninguém autoridade para passar por cima do Parlamento
09/03/2020 Correio do Povo

O governador Eduardo Leite (PSDB) fez, na manhã desta segunda-feira, críticas diretas à postura que vem sendo adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação as manifestações chamadas para o próximo domingo. “Manifestações são legítimas, eu respeito, mas este acirramento de ânimos não interessa. O poder não está concentrado na mão de uma pessoa, por mais votos que ela tenha recebido. Eu recebi 3,3 milhões de votos. Isto não me dá autoridade para passar por cima do Parlamento, para deixar de ouvir quem pensa diferente, para respeitar as manifestações. Pelo contrário, me dá uma enorme responsabilidade de coordenação de esforços para puxarmos na mesma direção e na velocidade correta. Quem manda no país é a Constituição Federal”, afirmou.

A manifestação foi feita na saída do café da manhã das bancadas federal e estadual gaúchas, na Assembleia Legislativa. Leite citou como exemplo as tensões ocorridas durante a tramitação do pacote de reforma administrativa e previdenciária do governo gaúcho para estabelecer diferenças com a esfera federal. O tucano disse que o Executivo estadual trabalhou dialogando com sindicatos, associações, e recebeu sugestões, incorporando mudanças em reuniões com o Parlamento.

"Fizemos uma reforma muito mais profunda do que as de outros estados e não teve socos e pontapés em plenário, não teve gente com arma em punho, não teve Batalhão de Choque dentro da Assembleia, as galerias ficaram abertas. Porque trabalhamos para distensionar e não fazendo provocações. O que a gente tem visto no cenário nacional é um caminho contrário. Este tensionamento, esta provocação constante, não é saudável para o pacto federativo”, declarou.

Questionado sobre as novas manifestações de Bolsonaro a respeito do ICMS, Leite repetiu que a postura adotada pelo presidente estressa as relações federativas. “Primeiro, não é verdade que tenha caído zero na bomba o preço da gasolina. A nota fiscal eletrônica nos permite, por exemplo, identificar uma redução de R$ 0,20 no preço médio do combustível em Porto Alegre desde o início do ano. Segundo, as reduções não são feitas por determinação do presidente, é importante que se diga isso. Elas são feitas porque está caindo o preço do barril de petróleo no mercado internacional e esta nova disputa comercial entre Arábia Saudita e Rússia poderá levar a uma nova queda. Então, não vai ser por determinação do presidente”.

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