Agronegócio


Santander quer chegar a R$ 21 bilhões para financiamento em máquinas agrícolas, silos e energia solar fotovoltaica

Linha do banco para financiamento de máquinas e equipamentos tem taxas de 0,97% a 1,09% ao mês
30/04/2019 Fonte: Globo Rural / Por Raphael Salomão, de Ribeirão Preto (SP)

O banco Santander espera encerrar este ano com crescimento de 28,7% na carteira de agronegócios, atingindo um volume de R$ 21 bilhões. Em dezembro do ano passado, o montante estava em R$ 16,32 bilhões, valor que passou para R$ 17,05 bilhões até fevereiro deste ano, de acordo com números apresentados pelos executivos da instituição financeira, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

O diretor de Agronegócios da instituição, Carlos Aguiar Neto, afirmou que não vê um cenário negativo para o agronegócio. Mesmo diante de incertezas relacionadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China e quanto aos efeitos da epidemia de peste suína africana, que tem atingido, principalmente os planteis chineses.

O executivo destacou ainda que a valorização do dólar está compensando a queda dos preços internacionais de soja. Usando como referência a rentabilidade da produção da oleaginosa em Mato Grosso, Aguiar avaliou que as margens do agricultor estão dentro daquilo que considera condições normais.

“Não estamos falando de uma expansão fantástica, mas acredito que não vamos ter uma crise no agronegócio nos próximos dois anos. Isso é cíclico”, disse o diretor de Agronegócios do banco, em entrevista coletiva durante a feira.

Linha de crédito

Em meio ao cenário de escassez de recursos para o crédito oficial, o banco Santander anunciou para a Agrishow uma linha de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, silos e energia solar fotovoltaica. As taxas variam de 0,97% a 1,09% ao mês e empréstimo pode ser quitado em parcelas semestrais ou anuais, o que, de acordo com os executivos do banco, visa adequar o contrato ao fluxo de caixa do produtor ao longo da safra.

“As taxas são mais caras que as do BNDES”, reconheceu o executivo. Ele argumentou, no entanto, que, diante de uma taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5%ao ano, é viável. “Apesar de não ser subsidiada, a taxa livre é razoável e uma solução para períodos sem BNDES. Quem precisa de maquinário vai fazer negócio”, disse ele.

Além da nova linha de financiamento, o banco deve retomar as operações de crédito com recursos do BNDES depois do aporte adicional anunciado pelo governo. Nesta segunda-feira (29/4), durante a abertura da feira, a ministra Tereza Cristina informou que serão destinados R$ 500 milhões para o financiamento de máquinas e implementos agrícolas

O Santander informou ainda que chega ao parque tecnológico neste ano com R$ 1 bilhão em crédito pré-aprovado, mantendo uma estratégia já verificada em outros eventos do setor e edições anteriores da própria Agrishow. A intenção é dar mais agilidade nas concessões de crédito e elevar as taxas de conversão de propostas em negócios efetivos durante a feira.

Historicamente, o Santander tem registrados níveis de crescimento entre 25% e 27% dos negócios gerados no evento. Para este ano, o diretor de Agronegócios do banco, Carlos Aguiar Neto, reafirmou o otimismo, mas evitou mencionar uma expectativa de resultados

“Se estivéssemos em condições normais de temperatura e pressão, eu diria 20%, mas eu não tenho como dizer”, comentou. “Mas, baseado no que eu tenho visto, os R$ 500 milhões não dá para esta tarde”, avaliou.

Plano Safra

Carlos Aguiar Neto acredita que o plano safra para a temporada 2019/2020 deve vir com um volume maior de crédito a juros livres e menos participação das taxas controladas e um apoio maior a pequenos e médios produtores, com os grandes procurando outras fontes de financiamentos. Além disso, mais bancos privados devem entrar na competição pela clientela no agronegócio, com o Banco do Brasil diminuindo sua representatividade no sistema de financiamento para o setor.

Para o executivo, a fragilidade fiscal que se encontra o país neste momento deve levar o governo a fazer escolhas. E isso tem a ver mais com a falta de dinheiro disponível do que propriamente com a agenda liberal que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta colocar neste novo governo.

“Deve-se privilegiar o pequeno e médio em vez dos grandes? É óbvio, mas não se fez isso. Talvez a gente privilegie o pequeno e médio. Terá o recurso necessário e o grandes produtores vão procurar outras fontes”, avaliou.

Na abertura da Agrishow, a ministra Tereza Cristina afirmou que o Plano Safra 2019/2020 deve ser anunciado no dia 12 de junho.

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