A onda de más notícias é imensa para a Dupla Gre-Nal. Porém, ainda há algumas boas novas. Uma delas é que, apesar da impossibilidade de ir ao estádio Beira-Rio e à Arena, devido à interrupção do futebol e da pandemia do coronavírus, as torcidas de Inter e Grêmio apresentam-se fiéis mais uma vez. Os números preliminares mostram que, apesar de tudo, os associados continuam pagando as suas mensalidades, o que garante um fluxo mínimo de recursos para os clubes continuarem honrando seus compromissos.

Antes da parada do futebol, o Inter tinha 122 mil associados ativos. Esse número é ligeiramente maior que na mesma época no ano passado, quando o clube fechou março com 118 mil sócios. Destes, aproximadamente 15% estão inadimplentes, ou seja, estão com o pagamento em atraso por pelo menos 30 dias.

O Inter só exclui o associado do quadro após a inadimplência perdurar por 12 meses. Porém, após qualquer atraso, ele já não pode se beneficiar dos descontos na compra de ingressos para os jogos do time, por exemplo. “O quadro segue constante. Em princípio, modificou nada ou quase nada”, observa o vice-presidente de administração colorado, Victor Grunberg.

Neste momento, o Inter arrecada cerca de R$ 7,5 milhões por mês com o quadro social. A ideia é manter esse faturamento. Para isso, o clube planeja uma série de ações para seguir mantendo o vínculo com o associado. Uma delas é realçar o clube de vantagens, que dá descontos em uma rede de lojas e empresas conveniadas.

O dirigente admite, entretanto, que o quadro pode mudar conforme se prolonga a quarentena. “A gente está trabalhando com alguns cenários, dependendo do tempo em que o torcedor ficará impedido de ir aos estádios. Não sabemos quanto tempo isso tudo vai durar, mas estamos nos preparando. Até agora, porém, a resposta dos associados tem sido muito boa. Há poucos pedidos de desligamento”, continua Grunberg.

No Grêmio, o panorama é parecido. Com um faturamento anual na casa dos R$ 75 milhões com o quadro social, o clube teve um déficit inexpressivo no mês de março. E contou com um fator decisivo para isso: o clássico Gre-Nal da Libertadores da América. “Muitos sócios que estavam em atraso colocaram a mensalidade em dia por causa do jogo. No Gre-Nal, nós tínhamos 90 mil sócios em dia”, diz o executivo de marketing do clube, Beto Carvalho. “A inadimplência não foi relevante, não foi grande, deu para segurar neste momento”, avalia o presidente Romildo Bolzan Júnior.

O mês de abril é que causa uma maior apreensão. “Nosso associado faz o pagamento ao longo do mês, através de cartão, boleto, então teremos um número definitivo na primeira semana de maio”, destaca Beto Carvalho. O Grêmio tem elaborado campanhas no sentido de manter a fidelização do associado e não ver a arrecadação do Quadro Social despencar nos próximos meses. “Nós estamos pensando algumas estratégias para oferecer um bônus aos sócios, eles terão nosso reconhecimento”, garante o presidente Bolzan Júnior.

O Grêmio tem, no momento, uma campanha mais forte envolvendo sua loja virtual, já que as lojas físicas estão todas fechadas. “Nós estamos com uma ação forte que é o desconto para sócios na loja virtual, isso causou um ‘boom’ na venda virtual. É uma ação com descontos bem significativos, uma ação bem agressiva”, encerra Beto Carvalho.