Em Dom Feliciano começa a ação de apoio ao usuário da Aapecan (Associação de Apoio às Pessoas com Câncer)
A Associação de Apoio às Pessoas com Câncer (Aapecan) deu início à ação de apoio aos usuários da zona rural. As visitas das equipes da entidade tiveram início sexta-feira (29/05) em propriedades localizadas na zona rural de Dom Feliciano e Chuvisca. Na ocasião, psicóloga e assistente social da Unidade Camaquã procuraram as famílias cadastradas para levantar suas reais necessidades. A situação preocupa a entidade. Além de se submeterem a tratamento oncológico e se precaverem da pandemia do novo Coronavírus, esses usuários são obrigados a enfrentar uma estiagem sem precedentes.
No Passo do Sutil, distrito de Dom Feliciano, a psicóloga Aline Pacheco e a assistente social Catiane Rodrigues estiveram na propriedade do usuário Ivo Antônio Nunes Ribeiro, 56 anos, usuário da Aapecan há três. Conhecido como “Ivo das Nozes”, devido ao principal cultivo na propriedade de dez hectares, ele projeta queda na produção das nogueiras. “Vou ter prejuízo”, disse, conformado.
Em tratamento contra Câncer de próstata, este agricultor moderno, que além de nozes planta alimentos como batata, milho e aipim, cria pequeno rebanho de ovelhas e se dedica à apicultura e à piscicultura, com cuidado de preservar a densa mata nativa situada junto à sanga que cruza a propriedade, diz que amargaria perdas maiores se não estivesse em localização privilegiada. Segundo ele, seu pequeno pedaço de terra é cercado de recursos hídricos. No entanto, se preocupa com o nível baixo das fontes. “Se não tivesse chovido [na semana anterior à visita da equipe foram registrados 100 milímetros de precipitação na região de Dom Feliciano, estaríamos sem água.” Além de cesta básica, a Unidade Camaquã da Aapecan deixou com a família um kit da Avon com boné e protetor solar.
“Tá braba”
Usuária desde 2017 da Aapecan, Jaqueline da Silva Vanske, 50 anos, não vive da agricultura. Porém, não fecha os olhos para a dura realidade que a cerca. Moradora na Boa Vista, divisa entre Camaquã e Chuvisca, ela reconhece: “Tá braba (a seca).”
Segundo Jaqueline, a situação dos vizinhos está difícil. Um deles já perdeu para a estiagem duas lavouras de milho. Fumicultores também se mostram preocupados com as perdas. O esposo, Éder, ressalta ainda o problema da falta de abastecimento de água para as refeições e higiene pessoal. Para a sorte do casal, o poço da propriedade onde vivem “tem boa vertente” - realidade que não é comum para a maioria dos moradores da região. “Está tudo seco, tem gente que só tem água com caminhão-pipa”, disse ele.
Zona Rural
Equipes da Aapecan irão visitar nos próximos dias usuários que vivem na zona rural das regiões onde as 14 unidades da entidade atuam. Profissionais dos setores de Psicologia e Serviço Social estarão nas propriedades para saber das necessidades dos usuários e familiares cadastrados junto à Aapecan. Um kit da Avon com boné e filtro solar será deixado em cada família visitada. Benefícios serão concedidos de acordo com levantamento do Serviço Social.