Ação Social


Polícia do RS prende mulheres suspeitas de falsificação de medicamentos contra o câncer em São Paulo

Esquema criminoso que vendeu remédios falsificados em vários estados lesou ao menos três pacientes no RS. Ministério Público deve apresentar denúncia na semana que vem. Fabricante diz que presta apoio à polícia para evitar falsificação.
20/06/2020 G1

A Polícia Civil do RS prendeu, em operação na quarta (17) e na quinta-feira (18), duas mulheres suspeitas de participarem de um grupo que falsifica medicamentos de alto valor para tratamento de câncer. Elas foram localizadas pela polícia gaúcha em São Paulo.

Além das duas mulheres presas, outras três já estavam na cadeia por participarem de esquema semelhante, no Piauí. Outra envolvida está foragida.

O medicamento falsificado é o Sustent, indicado para tratamento oncológico de estômago e intestino, câncer renal e pâncreas. De acordo com a polícia, em 2018, a Unimed Porto Alegre adquiriu os remédios sem saber que eram falsificados. Dentro das cápsulas, tinha somente vitamina B.

No último domingo (14), o Fantástico revelou como o esquema, que atua em todo país, funciona.

As três caixas custaram, no total, R$ 38,664 mil, e foram repassadas para três pessoas que estavam em tratamento.

As próprias pacientes perceberam características estranhas nas embalagens: caixa com erros de português, bula com manchas e rasuras e frascos com fundo raspado. Notaram também que o conteúdo das cápsulas estava vazando, além de perceberem uma coloração diferente e a ausência de efeitos colaterais após já terem ingerido diversas cápsulas.

As três caixas foram apreendidas pela Delegacia de Proteção ao Consumidor, que solicitou perícias nos medicamentos ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) e ao fabricante do Sutent 50mg, o laboratório Pfizer.

Os laudos apontaram inúmeras divergências nos produtos submetidos à analise, tanto na embalagem quanto na composição.

Todos os envolvidos no esquema vão responder por falsificação de medicamentos, que é crime hediondo, crimes contra a relação de consumo e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 26 anos de prisão.

"Algumas das pessoas que entramos em contato, que ouvimos na delegacia quanto a esses fatos, chegaram ao ponto de desistir do tratamento porque sequer os efeitos colaterais sentiram ao ingerir esse medicamento. Era apenas um complexo de vitamina B'", afirma o delegado Joel Wagner.

A fabricante Pfizer afirma que está apoiando as investigações e toma as medidas possíveis para evitar a falsificação de seus medicamentos.

Segundo a polícia, o medicamento foi vendido também no Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Pernambuco e Paraná.

Em março, a polícia do Piauí prendeu cinco pessoas em operação contra o esquema. O Ministério Público deve apresentar semana que vem pedido de condenação dos envolvidos.

"Da forma mais rápida, porque são crimes que nos causam um enojamento, digamos assim, porque são pessoas que já estão debilitadas, com sua vida bastante complicada. Não tem necessidade de ter mais um complicador dessa natureza, e tem que ter um controle rigoroso sobre a produção desse tipo de produto", afirma o promotor de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos Filho.


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