Polícia Civil conclui que PM agiu em 'legítima defesa imaginária' ao matar engenheiro durante abordagem em Marau
A Polícia Civil concluiu, na segunda-feira (22), o inquérito que apurou a morte do engenheiro Gustavo do Amaral dos Santos, em Marau, no Norte do Rio Grande do Sul. O homem foi morto em abril, durante uma ação policial. Segundo o delegado Norberto Rodrigues, responsável pela investigação, o policial militar que atirou em Gustavo "agiu em erro, numa legítima defesa putativa (imaginária)".
A vítima estava em um carro, com outros três colegas de trabalho, trafegando pela ERS-324. Eles perceberam a barreira policial na rodovia e pararam. Foi, então, que um veículo roubado colidiu com o carro de Gustavo. Segundo o delegado "o policial [confundiu a vítima] com um dos criminosos".
"Na ocasião, em sua percepção, a vítima era um perigo iminente", afirma o delegado sobre a ação do policial, que não foi indiciado por nenhum crime.
O irmão gêmeo de Gustavo, Guilherme do Amaral dos Santos, gravou um vídeo em que relata que o irmão não esboçou reação, e que o soldado atirou duas vezes sem anunciar ou dar voz de prisão.
"Como assim, legítima defesa? Meu irmão tava desarmado e acocado. Não tem cabimento algum. Depois diz que confundiu as roupas. Mas como confundiram, se os bandidos não saíram da caminhonete roubada? Como pôde ver as roupas se eles não saíram de dentro? Tem muita coisa errada. Esse inquérito, para nós, não tem valor algum, e a gente vai até o fim", afirma Guilherme.
A Brigada Militar informou que vê "indícios de crime militar" no inquérito aberto pela corporação. Ele será encaminhado para a Justiça Militar do Estado.