Analisado individualmente, o empate obtido pelo Grêmio na noite deste sábado (11) contra o Corinthians, em São Paulo, não é um mau resultado. O problema é que o 0 a 0 de Itaquera, no contexto do Brasileirão, é apenas o segundo ponto conquistado pela equipe de Renato após quatro rodadas, duas em casa. O time segue sem vencer na competição.

Dentro do rodízio que Renato Portaluppi faz para evitar perder jogadores ao longo da temporada, o sábado foi de titularidade para Michel, Montoya e Luan, banco para Maicon e Alisson. Thaciano, que também estava cotado para jogar na vaga de Jean Pyerre, que nem viajou a São Paulo para tratar de dores no ombro direito, ficou na reserva. No Corinthians, Fábio Carille escalou Ramiro como titular no meio, ao lado de Ralf, soltando Matheus Vital para se juntar ao ataque. Boselli foi o centroavante. 

Como era de se esperar, o time da casa não se envergonhou de ficar lá atrás, aguardando o melhor momento para dar um bote e buscar o ataque só na boa. O Grêmio, então, teve a iniciativa ofensiva. Também ao seu estilo: toca de um lado, gira do outro, tenta abrir espaços e apostava na individualidade de Everton. O Cebolinha até teve duas vezes vantagem sobre a defesa, mas não conseguiu o espaço para concluir mais equilibradamente. 

Assim, o jogo se arrastou por 25 minutos com vantagem das defesas sobre os ataques. Só aí apareceu a primeira conclusão mais apurada. O Corinthians trocava passes atrás, o Grêmio subiu a marcação, mas não conseguiu sufocar a ponto de roubar a bola. O time da casa desvencilhou-se do assédio e achou o espaço. Clayson invadiu pelo lado esquerdo e bateu para fora. 

Dez minutos mais tarde, o Corinthians assustou realmente. A jogada começou exatamente por causa das características dos dois times. O Grêmio tentava atacar, circulava a bola de um lado para o outro, buscava o buraco na defesa que não aparecia até errar um domínio, pela direita. A equipe de Carille roubou a bola e se mandou para o contra-ataque. Clayson levou pelo lado esquerdo, teve vantagem sobre a marcação e cruzou. Boselli se desvencilhou de Kannemann e cabeceou. Paulo Victor, bem posicionado, salvou para o lado. 

O lance até poderia animar o Corinthians, mas, na verdade, acordou o Grêmio. Ainda mais porque Luan entrou no jogo. Passou a simplificar os lances, movimentar-se pelo meio e buscar tabelas. Aos 42, Montoya foi derrubado próximo à área. O camisa 7 gremista bateu por cima da barreira, com efeito, fugindo de Cássio. Levou azar, porque a bola explodiu na trave e voltou para o meio da área, mas ninguém chegou para empurrar para o gol.

No último momento antes do intervalo, a polêmica da noite. Everton avançou pela esquerda, entrou na área tentou cruzar. A bola bateu na coxa e no braço, que estava próximo ao corpo, de Fagner. O árbitro Marcelo de Lima Henrique assinalou pênalti. Entrou em ação, porém, o VAR. O juiz foi na televisão e conferiu o replay. Ao constatar que não houve nem intenção nem ampliação de espaço por parte do lateral corintiano, cancelou a penalidade.

No segundo tempo, o Corinthians voltou com Vágner Love no lugar de Boselli. Com 30 segundos em campo, o atacante teve vantagem sobre a defesa do Grêmio, driblou Geromel e chutou de pé esquerdo. Paulo Victor voou e salvou. Aos cinco, nova defesa do goleiro em outro chute do atacante, que recebeu na área e girou, batendo de direita. 

Aos 15 minutos, Renato mexeu na equipe pela primeira vez. Trocou Montoya por Thaciano. A primeira jogada do substituto até foi promissora, cruzando para André, mas o centroavante não deu sequência. 

A partida se arrastou de novo com superioridade das defesas. Renato mandou a campo Vizeu na vaga de André. O Corinthians teve a entrada de Júnior Urso no lugar de Ramiro. 

O time da casa voltou a incomodar em uma falha individual. Matheus Henrique prendeu, prendeu, prendeu e viu Clayson roubar a bola e entregar a Sornoza. Ele passou para Vágner Love e foi derrubado por Kannemann. Love levou vantagem, mas, ao chutar, foi travado por Geromel. O zagueiro argentino levou cartão amarelo e está suspenso para a próxima partida.

Pouco antes do final, Pepê entrou no lugar de Luan, e Régis na vaga de Sornoza. Mas não houve inspiração nem transpiração para superar as defesas. 

BRASILEIRÃO – 4ª RODADA  –11/5/2019

CORINTHIANS

Cássio; Fagner, Manoel, Henrique e Danilo Avelar; Ralf, Ramiro (Júnior Urso, 23'/2ºT), Matheus Vital, Sornoza (Régis, 35'/2ºT) e Clayson; Boselli (Vagner Love, int.)

Técnico: Fábio Carille

GRÊMIO

Paulo Victor; Leonardo Gomes, Geromel, Kannemann e Juninho Capixaba; Michel, Matheus Henrique; Montoya (Thaciano, 15'/2ºT), Luan (Pepê, 37'/2ºT) e Everton; André (Vizeu, 33'/2ºT)

Técnico: Renato Portaluppi

Público: 36.360 (36.624)

Renda: R$ 1.581.235

Local : Arena Corinthians, em São Paulo (SP)

Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Silbert Faria Sisquim (trio carioca).

VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ).

PRÓXIMO JOGO

Brasileirão – 5ª rodada

Domingo (19h) – 19h

Ceará x Grêmio