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Mulheres da Lomba do Pinheiro incentivam empoderamento feminino e olhar ao meio ambiente em Porto Alegre

SDV Reciclando trabalha com mulheres chefes de família. Com a pandemia, iniciativa também ajuda moradores da comunidade com doação de roupas, alimentos e itens de higiene.
01/07/2020 G1

As irmãs Stefani e Paula Guedes, de 27 e 31 anos, respectivamente, encontraram uma maneira de empoderar mulheres através da reciclagem. Moradoras do bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, elas criaram a SDV Reciclando, que trabalha com chefes de família que recolhem e vendem resíduos recicláveis.

Antes da pandemia do coronavírus, cerca de 12 mulheres trabalhavam na SDV com a coleta seletiva. Os itens eram recolhidos no próprio bairro e também em um condomínio próximo. A separação para a venda é feita no pátio da casa das irmãs.

"Há dois anos e meio que estamos trilhando o caminho de solidariedade. É coleta seletiva em uma igualdade. São mulheres chefes de família, que em uma época estavam todas desempregadas , sofrendo agressão dentro de casa. E eu e minha irmã, que passamos por muitas dificuldades, resolvemos mudar a nossa história através do empreendedorismo", destaca Stefani.

Ela conta que as irmãs largaram o trabalho em um salão de beleza para abrir a empresa de reciclagem com o objetivo de ajudar mulheres que estavam passando por dificuldades.

"Saímos do salão de beleza e entramos nessa história da economia solidária, onde todas iam ter direito de falar, a gente ia poder conversar sobre tudo o que está acontecendo, uma democracia. Fomos para rua e começamos a catar, a gente não tinha nem noção o que era, só sabíamos que estávamos tendo um emprego digno", explica Stefani.

As irmãs empreendedoras, que estudam na Escola de Jovens Adultos (EJA) do Colégio Aplicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), incentivam as outras recicladoras a estudarem também. Quem não conseguiu vaga no mesmo colégio estuda em escolas próximas.

"Aquela mulher que está em casa, que não consegue emprego, a gente abre esse espaço, acolhe essas pessoas, damos uma sabedoria, um empoderamento, ensinamos os direitos que cada uma tem. E nosso trabalho é sustentável. É uma família, não é só trabalho. É uma cuidando da outra", ressalta Stefani.

Como a venda dos produtos para reciclagem caiu muito com a pandemia, no momento, quatro funcionárias permanecem. Elas relatam que ficaram dois meses sem receber salários por conta da Covid-19.

Agora, além de recolher os resíduos, a equipe da SDV está recebendo doações, tanto de alimentos como de produtos de higiene e roupas, para distribuir entre o grupo e também a moradores do bairro. Aos sábados, também são feitas marmitas para ser entregues à população.

"Com as doações, já conseguimos ajudar o nosso grupo e mais de 38 famílias. Fizemos o movimento para ajudar mais pessoas. Antes já existia uma necessidade, imagina agora, com a pandemia, como está a necessidade desse povo! A gente não pode mudar o mundo, mas o mundo dessas pessoas a gente pode", aponta Stefani.

O grupo também está fazendo uma vaquinha virtual para consertar o carro que é utilizado para fazer o transporte dos resíduos. Assim, será possível recolher itens em outras áreas, além de facilitar o carregamento.

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