Agricultura


Comercialização do tabaco desagrada e causa reação de entidades que representam os produtores

O documento denuncia o descaso das indústrias com os produtores de tabaco e o descumprimento de normas por parte das mesmas.
02/07/2020 Portal ClicR

Entidades representativas dos fumicultores emitiram uma nota divulgada nesta quarta-feira (1), relativa ao processo de negociação de comercialização do produto com a indústria.

O documento denuncia o descaso das indústrias com os produtores de tabaco e o descumprimento de normas por parte das mesmas que lesam os fumicultores e causam o desmonte da cadeia. Assinam o documento Farsul, Fetag-RS, Fetaesc, Fetaep e Afubra.

Confira nota na íntegra:

NOTA: Entidades alertam para desmonte no setor produtivo do tabaco

As entidades representativas dos produtores de tabaco vem esclarecer a população em geral e aos agricultores que cultivam fumo sobre o cenário atual que envolve a cadeia produtiva.

O momento vivido pelos produtores de tabaco é altamente preocupante. Estamos sofrendo os efeitos da estiagem que assolou o Rio Grande do Sul e causou grandes prejuízos nas lavouras gaúchas. Somado a isso, temos todas as dificuldades relacionadas a pandemia do novo coronavírus.

Como se já não fossem motivos suficientes para causar preocupação ao setor, enfrentamos ainda um descaso por parte das indústrias processadoras de tabaco, que não estão reconhecendo de maneira devida os esforços feitos pelos agricultores durante o processo produtivo, desde o plantio até a colheita. A comercialização da safra 2019/20 que iniciou razoável, tornou-se uma verdadeira frustração. Não bastasse as perdas na produção devido à estiagem, ainda há uma falta de sensibilidade por parte das empresas que tem castigado os produtores com um grande rigor na classificação, rebaixando classes e diminuindo a rentabilidade do produtor.

A lei da integração, que veio para regulamentar a relação entre a indústria e o produtor, e a criação do Foniagro, que é um importante espaço para discussões entre os elos da cadeia e onde se definem as regras a serem seguidas, mas o que vemos é o não cumprimento das normas por parte da indústria.

Alguns pontos precisam ser destacados:

  1. As indústrias reconhecem as entidades nos momentos em que precisam, e a Convenção Quadro é um exemplo, pois fomos convocados para unir e dar força ao setor. No entanto, na hora de reconhecer que o produtor é fundamental dentro da cadeia de produção, a união deixa de existir. A mão de obra das famílias agricultoras não é devidamente valorizada. O custo de produção, que deveria ser calculado em conjunto, é feito conforme a indústria quer, numa tentativa clara de manipular o valor em seu benefício, prejudicando o produtor.
  2. Temos muitos produtores mistos em que, quando a safra é pequena as empresas fazem leilão com o tabaco, mas quando a safra é grande esta mesma produção é motivo para a empresa dizer que não é contratada por ela.
  3. Além disso, algumas empresas estão se recusando a renovar os contratos com os produtores, desligando produtores sem o devido aviso prévio, descumprindo o que está previsto na Lei nº 13.288 – Lei da Integração, fazendo com que os mesmos fiquem impossibilitados de continuar plantando tabaco muitas vezes com dívidas de investimentos feitos na propriedade para a cultura do tabaco.
  4. As empresas estão desmontando o setor fumageiro, que era organizado e que servia de exemplo para outras cadeias.

Não podemos mais aceitar essa situação. As entidades abaixo citadas cobram que as indústrias revejam seus conceitos sobre integração e parceria, e voltem imediatamente a valorizar seus produtores e as entidades que os representam.

É lamentável, porém diante desse cenário de incertezas, as entidades orientam os produtores a diminuir a área plantada, pois as estatísticas mostram que em anos com menor volume de produção há uma maior valorização do tabaco, e apesar de as empresas falarem tanto em qualidade, ela só vale quando temos safras cheias, pois quando ela é menor, a qualidade não é observada e os preços são melhores.

É imprescindível que o produtor não plante tabaco acima do número de pés contratados com a indústria e obedeça as recomendações técnicas, também é necessário que o produtor leia com atenção todo e qualquer documento assinado entre ele e a empresa, além de discutir com o orientador sua estimativa de safra para não ter surpresas desagradáveis no futuro.

Por fim, esta orientação das entidades visa valorizar o seu trabalho, o seu suor e o de sua família.

Porto Alegre, 30 de junho de 2020.


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