Dois policiais militares viraram réus pela morte de um jovem, no fim do ano passado, em Porto Alegre, conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Eles responderão por homicídio triplamente qualificado, mediante motivo cruel e utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima, utilizando golpes de cassetete e esganadura.

O crime aconteceu em 26 de dezembro do ano passado. Os policiais estão presos desde março de 2019. O G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça do RS sobre o andamento do processo, mas até a publicação dessa matéria, não tinha obtido retorno.

Conforme a denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, da 2ª Vara do Júri, a vítima caminhava pela rua quando foi abordada e levada para um matagal, no Beco Souza Costa, bairro Alto Petrópolis.

"O crime foi cometido mediante motivo torpe, pois, os denunciados queriam obrigar a vítima a dizer onde estava seu telefone celular, para extrair, ilicitamente, supostas provas de seu envolvimento com a criminalidade", informa o MP.

"Durante o espancamento, a vítima gritava: eu não tenho nada, senhor! Foi cometido mediante meio cruel, havendo, a vítima, sido, violentamente, agredida, com o bastão policial, em diversas regiões do corpo, culminando por ser esganada, morrendo asfixiada, sendo-lhe infligido, pelos denunciados, intenso e desnecessário sofrimento", descreve o órgão.

Os réus contavam com o poder de intimidação devido à função exercida. Um dos policiais é o autor dos golpes e da esganadura, e o outro, por prestar apoio e incentivo, além de acompanhar a ação, endossou "a conduta do colega ao assisti-lo esganando a vítima".

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.