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Interesse por logo de marcas ajuda no desenvolvimento de menino com autismo em Pelotas

Miguel frequenta a escola regular, faz terapia e se diverte com brinquedos personalizados. Família e profissionais que acompanham o pequeno usam o interesse para melhorar a rotina.
10/07/2020 G1

O pequeno Miguel, de 5 anos, nunca gostou de brinquedos, desenhos ou personagens. Desde os primeiros passos dados pela casa, em Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul, ele carregava nas mãos embalagens de produtos.

Aos 2 anos a família soube que o menino tinha o Transtorno do Espectro Autista (TEA), e esse diagnóstico justificou algumas atitudes de Miguel.

"Ele não fazia nada na escola. Não sentava, não acompanhava a turma", lembra a mãe Mirian Victorio Justino Ribeiro.

Um ano depois, com a ajuda de um centro de autismo da cidade, se percebeu que o interesse que Miguel sempre demonstrou por embalagens estava ligado ao hiperfoco.

"O hiperfoco é um interesse restrito por algum assunto, tema ou personagem, é uma característica das pessoas com TEA, está dentro dos padrões de comportamento repetitivo e estereotipado, no caso do Miguel são os logotipos", explica a pedagoga e professora especialista em Atendimento Educacional Especializado, Aline de Araújo Lameirão.

A partir daí, as atividades realizadas pelo menino eram estimuladas com a ajuda de logomarcas e logotipos que ele demonstrava identificação.

"Depois que começamos a trabalhar o hiperfoco, o Miguel começou a se concentrar melhor, falar mais e interagir mais com a gente. Ele começou a buscar mais alternativas de brincadeira. Ele começou a sentar na escola e acompanhar a tudo, nas terapias também", conta a mãe.

A rotina de Miguel é dividida entre a escola regular, terapia e atividades em casa, e as mudanças são observadas por quem cerca o menino.

"O Miguel apresentou avanços significativos na socialização, na linguagem e na área cognitiva e motora, o interesse restrito diminui depois das intervenções, ele está brincando com diversos brinquedos e dando função adequada. O Miguel é atendido em dupla e já criou vínculo com o colega", afirma a professora Aline.

"Quando ele tem crise, só dar um papel com o logotipo, ele se acalma", explica Mirian.

Entre tantas marcas que despertam a atenção de Miguel está a RBS TV, emissora afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. O interesse na marca contribuiu na melhora da fala do pequeno.

"Está progredindo bastante, pois ele imita a TV e isso ajuda", pontua Mirian.

Quando questionado sobre quais são os seus comunicadores favoritos, Miguel escolhe um só:

"A RBS. E tem aquele azinho", disse o menino lembrando da campanha de desligamento do sinal analógico, quando aparecia uma letra 'A' no canto da tela.

Aprendo a lidar com a paixão do filho, Mirian ainda se descobriu uma produtora de brinquedos de papelão de mão cheia.

"A necessidade de querer ajudar ele em casa e não ter recurso. Foi quando eu fui descobrindo que, com o papelão, a gente pode fazer qualquer coisa. Foi tudo depois do Miguel. A minha vida mudou completamente".

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