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Homem infarta e morre após esposa e filho morrerem com Covid-19 em SP

De acordo com filha, ele perdeu os movimentos devido a um AVC e sofria pelo luto da morte do filho e esposa. Família era de Praia Grande, litoral paulista.
18/07/2020 G1

O despachante municipal Silvio Dias Novaes, de 60 anos, teve um infarto e veio a óbito três meses após a esposa e o filho morrerem com o novo coronavírus. A família é de Praia Grande, no litoral paulista, e a informação foi confirmada ao G1, neste sábado (18), pela filha de Silvio, a técnica de enfermagem Maria Carolina da Silva Novaes, de 39 anos.

Maria Carolina, assim como sua mãe, a dona de casa Alzira da Silva Novaes, de 59 anos, e o irmão, o vigilante Luiz Fagner Dias Novaes, de 31 - esposa e filho de Silvio - contraíram o vírus após se revezarem para acompanhar o despachante em um hospital de Cubatão (SP), depois dele ter tido um AVC.

Alzira faleceu dia 27 de abril e o filho havia vindo a óbito 15 dias antes dela. Na tarde desta sexta-feira (17), Silvio teve um infarto em casa também faleceu. Segundo Maria Carolina, a vida da família desandou desde a morte da mãe e do irmão. Como o pai perdeu todos os movimentos e também lidava com o luto pelos familiares, entrou em depressão e precisou tomar remédios.

"Por fora ele parecia estar bem, mas chorava todas as noites pela situação e pela ausência da minha mãe e irmão. Nesta sexta, por volta de 11h05, ele mandou para todos um vídeo da minha mãe cantando na igreja, e uns 15 minutos depois passou mal e morreu. Estamos arrasadas. Não sei como a vida pode ter sido tão injusta com a gente", desabafa.

Um dia antes da morte de Silvio, a técnica de enfermagem chegou a divulgar uma campanha virtual para arrecadar dinheiro para o tratamento dele, que devido ao AVC, tinha perdido os movimentos. "Ele precisava de mais suporte e não tínhamos mais condições de bancar. Coloquei meu carro a venda e já tinha vendido várias coisas, como TV e geladeira. Minha chefe me promoveu para melhorar meu salário e poder me ajudar, mas não deu tempo", explica.

De acordo com ela, no horário livre dos trabalhos, ela e a irmã se dedicavam totalmente aos cuidados com o pai, inclusive ela dormia todas as noite na casa dele. "Ele parecia estar melhorando, com a fisioterapia já estava mexendo os braços e ficando em pé com auxílio. Recentemente descobrimos que meu pai também já havia tido o vírus, por meio de um teste rápido que ele fez. Então o médico nos informou que na época do AVC, a Covid-19 pode ter contribuído também para que meu tenha tido tantas sequelas", diz a filha.

O velório e sepultamento de Silvio ocorrerão neste sábado, com limitação de pessoas devido à pandemia. "Temos que prosseguir, mas minha vida nunca mais foi a mesma. Eu era uma pessoa alegre e descolada, e depois de tudo isso vivo no automático, não tenho gosto para nada. Não consigo ver luz no fim do túnel. Agora minha vida vai ser antes do coronavírus e depois. A doença mudou todos os nossos planos. Nunca imaginamos que atingiria dessa forma nossa família", finaliza Maria Carolina.


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