Novo presídio de Sapucaia do Sul servirá de centro de triagem de detentos na pandemia
A Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul, que deve ser inaugurada em agosto na Região Metropolitana de Porto Alegre, servirá como um centro de triagem para testes dos presos e isolamento dos detentos infectados pela Covid-19. No sistema prisional do Rio Grande do Sul, há 301 casos confirmados de coronavírus.
"Eles entrarão em quarentena por 14 dias, realizarão testes da Covid-19, posteriormente, serão encaminhados para outra unidade prisional", afirma o superintendente dos Serviços Penitenciários Cesar Augusto Ouriques da Veiga.
Com a nova penitenciária, o objetivo é diminuir os riscos do surgimento de novos surtos de contaminação dentro das cadeias. O local vai receber os presos capturados na Região Metropolitana, no Vale do Sinos e no Litoral Norte. Além disso, servirá também para desafogar as carceragens das Delegacias de Polícia.
A penitenciária de Sapucaia do Sul foi projetada em um modelo moderno de administração para evitar, ao máximo, o contato do agente com o preso. O local é divido em quatro galerias com 18 celas cada. Cada um das celas pode abrigar até oito detentos. No total, cada galeria pode ter até 150 presos. A cadeia deve começar a receber os detentos em agosto.
Esta semana, a Cadeia Pública de Porto Alegre, antigo Presídio Central, foi interditada pela Justiça devido casos de coronavírus.
"Em conversa com o médico, já se disseminou internamente o vírus, porque já apareceu em outras galerias. Então, a única solução é fechar por esses 15 dias, que seria, mais ou menos, um prazo de quarentena, para a gente conseguir descobrir quantas pessoas têm contaminadas lá dentro e ver como vamos agir daqui para frente. A gente ainda não tem noção do número de pessoas contaminadas, por isso que é importante o isolamento agora nesse momento", afirma a juíza da Vara de Execuções Criminais Sonáli da Cruz Zluhan.
Segundo o diretor da Cadeia Pública de Porto Alegre, tenente-coronel Carlos Magno Da Silva Vieira, são três casos confirmados. No local, estão 4.160 presos em um prédio construído para receber no máximo 1,8 mil. O diretor informou que procurou seguir os protocolos para evitar uma explosão de casos de Covid-19.
"Nós autorizamos o ingresso de máscaras através de doações para os presos. Então, os presos também usam, temos álcool gel distribuídos em todos os nossos pavilhões, temos pulverização de produtos que fazem a higienização três vezes ao dia, inclusive na madrugada a gente faz essa pulverização", afirma Vieira.
Casos de Covid-19 também são motivo de preocupação na segunda maior casa prisional do estado. A Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, já registrou 275 detentos contaminados, além de uma morte confirmada pela doença e outra suspeita.