Ação Social


Protetores pedem doações para animais resgatados durante a cheia dos rios no RS

Em São Sebastião do Caí, 18 animais estão recebendo cuidados de voluntários da Associação Vira Lata do Caí. Na Capital, 12 cães que estavam ilhados foram salvos por protetora independente.
23/07/2020 G1

Além de tirarem famílias de casa, as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas também deixaram animais ilhados. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, cachorros e gatos têm sido acolhidos por associações e protetores independentes. De acordo com os voluntários, a demanda por ajuda tem sido cada vez maior.

Em São Sebastião do Caí, 17 cães e um gato foram resgatados pela Defesa Civil do município, durante a cheia mais recente do Rio Caí, e encaminhados à Associação Vira Lata do Caí, que agora acolhe 106 animais.

"É um baque, porque a gente já passa por uma demanda enorme diária. Começamos a nos falar, vamos abraçar, vamos dar um jeito, vamos aumentar, vamos pegar mais telas [de proteção], vamos arrumar", conta a voluntária Andrea Santos.

Coordenador da Defesa Civil de São Sebastião do Caí, Pedro Griebler foi quem fez o apelo. Ele conta que se comoveu com a situação dos animais, que tentavam se proteger da água como podiam.

"Peguei o barco para fazer o rescaldo, ver se não tinha nada de problema, se sobrou alguém. Me deparei com uma cena muito triste: vários animais em cima do telhado, perdidos, assustados, abandonados mesmo. Então, passamos a recolher", relata.

A Associação Vira Lata do Caí existe há sete anos, conta com seis voluntários e sobrevive de doações. Um trabalho que salvou aproximadamente 3 mil animais. O grupo já resgatou gatos, cavalos e até uma tartaruga, mas os cachorros costumam aparecer com mais frequência. Muitos são mais velhos, doentes, ou foram vítimas de atropelamento e maus-tratos. A maioria, quando chega, está com fome e precisa ganhar peso, e aí são mais de 600 kg de ração por mês.

Como a cidade não tem um canil municipal, os bichos são abrigados em casas de passagem, cedidas pelos próprios voluntários e amigos. E antes de serem encaminhados para adoção, recebem cuidados veterinários, são vacinados, desverminados e castrados.

Nos últimos meses, além dos impactos da cheia, o grupo tem enfrentado o que acredita ser reflexo da pandemia do coronavírus. Os pedidos de resgate de animais, que antes não chegavam a 20 por mês, já passam de 30.

"Eu acredito que seja pela condição financeira das pessoas, que estão desempregadas. Acho que elas não têm mais condições de manter, alimentar, ou, às vezes, têm que sair da casa, moram de aluguel, não conseguem pagar aluguel, e os animais estão ficando. Aumentou muito, uns 30%, o abandono aqui na cidade", calcula a voluntária Paola Rost.

Ao mesmo tempo em que se percebeu um aumento do abandono, as doações para a associação também diminuíram.

"A gente está tentando se virar, diminuíram as doações, então a gente está passando por uns perrengues", completa Paola.

A associação conta com ajuda por meio de doações de pacotes de ração, produtos de limpeza ou contribuições em dinheiro.

Protetora independente em Porto Alegre

A protetora de animais, Deise Falci, que atua de forma independente há mais de 10 anos, resgatou 12 cães na Região das Ilhas, em Porto Alegre, durante a última cheia do Guaíba. Todos eles foram tratados e precisam se manter saudáveis até que encontrem um novo lar.

Só que além deles, outros 150 animais que já haviam sido resgatados por Deise esperam por adoção. Por isso, pacotes de ração são bem-vindos. Todos os mascotes disponíveis estão expostos na internet e ajuda também pode ser doada pelo site.

"Eu peguei eles para eles não ficarem lá debaixo d'água. Agora, eles estão aqui já receberam vermífugos, vão ser castrados e depois encaminhados a novos lares", detalha Deise, que desde 2008 já tirou mais de três mil bichos das ruas.

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