Educação


Cpers apresenta pesquisa sobre volta às aulas presenciais no RS em agosto: 'Muito cedo'

Governador Eduardo Leite afirmou que retorno do ensino infantil não será compulsório, e que não haverá retorno precipitado. Proposta do governo é reinício das atividades em 31 de outubro.
14/08/2020 G1

Uma pesquisa do Cpers, sindicato que representa os professores do RS, mostra que 70% das escolas afirmam não ter espaço físico suficiente para garantir ventilação e distanciamento necessários para evitar o contágio do coronavírus.

A comunidade escolar, juntamente com prefeituras, governo do estado e outras entidades, discutem a proposta de retorno das aulas, que começaria em 31 de agosto, conforme o Piratini.

Foram ouvidas 1,7 mil pessoas em 253 municípios. "Somos categóricos em afirmar que é muito cedo. Não é possível brincar com a vida, porque o ano letivo a gente pode recuperar, agora, uma vida perdida não tem como recuperar mais", afirma a presidente do Cpers, Helenir Schürer.

Entre os participantes da pesquisa, a maioria dos entrevistados acha que o retorno só deve ocorrer quando tiver uma vacina. Além disso, há a percepção de que as escolas não estão estruturadas para receber os alunos, especialmente na área de higienização e conservação sanitária.

Em torno de 81% dos diretores admitiram que não têm número adequado de funcionários para a higienização.

"Nós temos escolas com um funcionário apenas. [Dia] 31 de agosto é em duas semanas, é muito pouco tempo até para fazer contratações", comenta Helenir, lembrando que as contratações no estado levam em média 30 dias para serem efetuadas.

As escolas estão abertas em regime de plantão, mas entre os que precisam trabalhar, segundo a pesquisa, 70% não receberam máscara. A maioria dos diretores disse, na pesquisa, não ter dinheiro para comprar os equipamentos de proteção.

Diretora de uma escola do estado, Letícia Gomes concorda que não é o momento de voltar. "A dificuldade está em colocar ele [o protocolo] em prática. Não temos material humano, não temos RH, colegas funcionários para respaldar esse modelo", elenca.

A pesquisa do Cpers também revelou a apreensão das famílias com o retorno: 84% não pretendem mandar os filhos para a aula antes da vacina. Já 77% acha que a educação infantil deve ser a última modalidade a retornar.

Retorno não é obrigatório, diz governador

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, na tarde desta quinta-feira (13), o governador Eduardo Leite afirmou que a sugestão para retomada iniciando pela educação infantil é devido ao cumprimento de dias letivos nessa faixa de ensino não ser obrigatório. Segundo ele, os pais podem optar por enviar ou não os filhos.

Leite observou ainda que o retorno "não será precipitado".

"Nos ensinos fundamental e médio, os alunos estão estudando por meio remoto, porque as crianças já têm autonomia para acessar as aulas. O mesmo não ocorre na educação infantil, na qual crianças de zero a cinco anos têm pouca condição de terem estímulos e de se manterem atentas por meio remoto”, disse.

O governador também mencionou que, no caso do ensino privado, pais e responsáveis estão deixando de pagar a mensalidade das escolas, que acabam quebrando. “Se as escolas para essa faixa etária deixarem de existir, a rede pública não terá capacidade para suportar a demanda que surgirá”, ponderou.

O governo apresentou um calendário com sugestão de datas de retorno às prefeituras, que deverão definir como será a retomada das atividades. O assunto também é discutido com o Ministério Público.

Caso os números da doença apresentem piora, o calendário será suspenso e as atividades virtuais serão mantidas, em um modelo híbrido de ensino, com menos estudantes em sala de aula, para garantir o distanciamento.

O estado prevê investir R$ 270 milhões na preparação das escolas, o que inclui a contratação de profissionais de apoio e na compra de equipamentos de proteção.

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